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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O Terror Está Ao Seu Lado [04] - O Mundo Escondido de Kevin



- Você não deveria ter entrado.

Então aquele monstro começou a gritar de um jeito agoniante, como se suas cordas vocais tivessem sido trituradas. O som era horripilante. Seu pescoço não parava de jorrar sangue. Eu olhei melhor para ela, e percebi que não era minha esposa. Era apenas.... alguma coisa.


Aí ela começou a avançar para mim. Eu dei dois passos para trás e parei exatamente quando senti um bafo quente na minha nuca.

Eu tremia. Sentia que o perigo estava de todos os lados. Me virei lentamente.

Aquele animal grotesco que tinha aparecido na cozinha já não estava mais lá. Ele estava agora atrás de mim. Ele me encarava como um predador encara sua vítima indefesa pronta pro abate. Seus olhos vermelhos brilhavam. Ele abriu a boca lentamente, seus dentes afiados ensopados pela salivação que acontecia na sua boca. Eu só pensava uma coisa:

Eu ia morrer.

Foi então que o inusitado aconteceu. Aquela mulher demoníaca soltou um pequeno berro estranho. Parecia querer fazer alguma pergunta. O monstro parou de me encarar, e virou-se para ela. Ele bufou, rosnou e depois rugiu para a mulher.

Ela pareceu não ter gostado, e soltou seu grito horrível de novo. Vi que ele ficou com raiva quando mudou seu olhar e parou na frente dela. Os dois começaram a soltar pequenos berros e olhares, enquanto eu apenas ficava olhando aquilo. Eu estava paralisado. Não conseguia sequer me mexer.

Foi quando senti algo no meu braço. Estava pronto para gritar, mas algo tampou minha boca. Era o rapaz que nos tinha ajudado.

- Vamos. - Ele sussurrou. - Vamos sair daqui enquanto temos tempo.

Ele me levou para fora e fechou a porta. Os dois seres estavam quase brigando lá dentro.

Quando olhei para o corredor e vi minha esposa e filha chorando perto da escada, corri até elas e as abracei. Nós três começamos a chorar ainda mais.

Mas nosso momento foi interrompido.

- Então, ainda bem que todos estão bem. - Eu olhei para o rapaz, que falava isso com um sorriso no rosto. - Meu nome é Kevin. - Ele estendeu a mão.

Eu apenas fiquei o encarando.

Ele passou a mão na cabeça, sem jeito, e finalmente falou:

- Acho que vocês querem saber o que está acontecendo não é? Mas, primeiro, vamos descer e conversar melhor lá embaixo. Aqui em cima ainda está muito perigoso.

Nós descemos, sem desgrudar um do outro, enquanto o moço ia na frente. Eu estava muito confuso e só conseguia pensar na segurança da minha família.

Quando chegamos na sala, ouvimos algumas batidas no andar de cima, vindas do quarto onde estavam os monstros. Nos encolhemos.

- Eles não vão vir aqui agora. Podem descansar. - Fomos caminhando até a cozinha, que estava uma bagunça. - Meu nome é Kevin. E vou ser uma espécie de... guia, para as coisas que virão a seguir.

- Como assim? - Eu falei, ainda atordoado.

- Vocês são uma das poucas famílias do mundo que tem a infelicidade, ou não, de conhecer o mundo sombrio, escondido... Ou, como chamamos, o mundo real.

- Mundo real? - Elisa falou. Ela parecia fraca, como se a experiência que tivera vivido tivesse sido a pior de todas.

- Isso mesmo! Há muitas explicações para o motivo de vocês poderem estar vivenciando esse mundo, e a de vocês....

Ouvimos novamente as batidas repetidas no andar de cima. Era batidas fortes, que faziam o piso tremer e faziam muito barulho. Clara se encolheu de medo atrás de mim. Agarrei ela nos meus braços e envolvi Elisa também. Kevin que estava entusiasmado com as explicações que estava dando, finalmente se cansou, subiu em uma das poltronas da sala e bateu com força no teto, como se estivesse querendo chamar a atenção do vizinho chato:

- Vamos parar com a bagunça aí. Deixe para fazer isso depois! 

Ele ficou parado uns instantes, como se estivesse ouvindo alguma coisa.

- O quê?! Quando? - Ficou em silêncio mais alguns segundos. - Agora? Era só o que me faltava! - Ele balançou a cabeça, suspirou, colocou as mãos nas têmporas, virou para a gente e falou: - Me deem um segundinho, eu já volto. - E seu sorriso estranho mais uma vez apareceu. 

Então, eu poucos segundos, ele foi brutalmente sugado por um buraco preto no teto. Fomos lentamente até a sala, e chegamos perto de onde ele desapareceu. Subi numa das cadeiras para analisar o teto, que agora possuía esse estranho buraco. Quando olhei para lá dentro com cuidado, vi dois olhos surgindo, mostrando um ódio incomparável. Cai da cadeira no mesmo instante que o buraco se fechou. Clara e Elisa vieram ao meu socorro, e, do nada, atrás de nós, Kevin ressurgiu pedindo desculpas.

- Foi só mal entendido. Sacaram a piada? "Mal" e "entendido"? - Ele soltou uma gargalhada.

Nós apenas conseguíamos nos entreolhar. Era visível que tínhamos os três a mesma pergunta em nossas mentes:

"Afinal, o que estava acontecendo?!"


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8 comentários:

  1. Respostas
    1. Obrigado Janaina! *--* Seus comentários me ajudaram a ter motivos para continuar a série ^^
      Obrigado mesmo!

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  2. Velho MUITO BOA! Continue por favor adoro essa creepy sinceramente!

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  3. afz, fiquei curioso agora
    "Afinal, o que está acontecendo?"

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    1. Hahaha.
      Acredito que não demorarei muito para postar a continuação.
      Aguarde ^^

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  4. Rogers meu bom, tá acontecendo algo ae com vocês? Jé tem um tempo que entro no site e não tem mais nenhuma atualização....se estiver tomara que se resolva, boa sorte pra vocês ^^

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    1. Grande Heitor! Pois então, estamos todos com algum problema. Ou familiar, ou profissional. Estarei falando num post que sairá em breve sobre tudo isso, mas não são se preocupem. Nós estamos aqui ^^.

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