-->

Bem vindo à Família

LPSA

readiscreepy.blogspot.com.br Onde Ler Pode Ser Assustador

quarta-feira, 24 de maio de 2017

O Inferno de Deus



Algo que criei costume de fazer ao ler e escrever é ouvir alguma(s) música(s), principalmente trilhas sonoras de fundo, somente o instrumental sabe? Portanto, irei recomendar uma ótima PlayList de terror, a qual usei enquanto escrevia essa Creepy... Garanto que a tensão e os demais sentimentos que essa história causará nos leitores aumentará em dobro caso escutem-a. Enfim... Boa leitura!


O som atordoante de contínuos disparos anunciaram minha queda forçada. E de forma atrasada, somente segundos após, meu cérebro notificou-me de que fui baleado... Repentinamente minha visão embaçou e da ponta dos pés até o último fio de cabelo pude sentir meu corpo tornara-se gélido.

Ao contrário do que todo mundo pensa, mesmo ferido fatalmente e estando em seus últimos momentos de vida, sim, pode-se sentir uma agonizante dor. Minha panturrilha esquerda doía de forma latejante. Nela e todos os outros quatro furos atuais em meu corpo queimavam de forma enlouquecedora. Mas, naturalmente, eu havia perdido minha voz e de forma gradual minha visão foi se apagando.

Coincidente ou não, meu último pensamento vivo foi... Sobre o inferno.

E como uma ducha fria, eu despertei em total desespero! Arregalando os olhos em meio à escuridão.

Em todos os ângulos não havia nada, sons, pessoas, alguma luz... Nada. A única coisa que preenchiam aquele suposto lugar onde eu estava era um frio congelante.

Passei minutos em silencio, e também sem pensar em nada. Estava em total choque, até que... Passos ecoantes eclodiram naquele ‘vazio’ em que eu estava, o som de sapatos sociais que estalavam a cada passo... “Tac, tac, tac, tac,”.

- Nossa, estou lhe esperando há muito tempo! Pensei que chegaria mais cedo - A voz máscula ecoou tanto quanto o barulho de seus passos.

Em reação eu girei o corpo em todos os ângulos, procurando o dono daquela voz, e ainda sim: Tudo o que pude ver era escuridão... E como se estivesse sendo iluminado ao sair de um local escuro, um homem foi ‘surgindo’ entre o nada.

Exageradamente baixo não passando 1,50m de altura, aquilo que parecia um anão andava em minha direção. Utilizando de um clássico conjunto social: Sapato, calça preta listrada, camiseta social, um terno preto fosco e um chapéu na cabeça que parecia de algum mafioso.

Por mais que o vazio onde estávamos não permitia noção de espaço, sua distancia era nitidamente mediana que, de pouco em pouco era reduzida. Quanto mais perto ele chegava, detalhes estéticos ficavam visíveis: Sua pele era rosada e seu nariz largo e comprido para baixo, quase se encostando aos lábios. As roupas eram dois ou três números acima de seu tamanho, e o anão tinha uma barriga gorda que se estendia para frente.

- Q-quem... - , Eu engasguei ao tentar falar. Uma sensação de medo invadia todo meu ser, mas negando este sentimento eu forcei novamente uma fala, agora torcendo para que saísse por completa e o mais máscula possível - QUEM É VOCÊ?!

Cerrei os punhos enquanto falava, berrando para o homem que não parou ou desacelerou seus passos.

- Cadreel. - Indiferente a minha reação, o homem respondeu, com o mesmo tom másculo de antes.

Estava acostumado com rivais... Ok, ok! Se acalme... Eu posso mata-lo, eu posso... EU POSSO!

Mas antes que meu estado sádico tomasse controle das minhas ações eu fui interrompido por um susto que me fez ter a mesma sensação de morte que sofri anteriormente, isso porque quando tentei assumir uma posição ofensiva só então notei...

Eu estava sem meu corpo.

O homem sorriu, mas não de forma assustadora e sim como uma gentileza confortadora.

Meu tronco, braços, pernas e todo o resto não existiam mais. Fui enganado por meu cérebro que automaticamente presumiu que eu ainda estava vivo... Finalmente, ao notar a situação indefesa que eu estava, um pânico que nunca havia sentido antes tomou conta do meu ser.

- P... Pare... Por... - Meus olhos lacrimejavam - O que... Eu... -

Por mais que sem corpo, ainda sentia-me tendo um.

Meu coração parecia querer sair pela boca, e se eu ainda tivesse uma bexiga, já estaria todo mijado.

- E-E... E... E... E... EU... -, Juntei qualquer sinal de força que ainda estava em mim e berrei com a voz ridiculamente afeminada - EU MORRI?!

O estranho parou a alguns metros de mim, com expressão despreocupada.

- Se acalme Cash... Aqui não é sua morte -, Seu tom másculo foi substituído por uma voz relaxada e bondosa - Na verdade, você está aqui porque me veio à vontade de conversar com você Cash.

Antes que eu pudesse pensar numa resposta ele prosseguiu com o que mais parecia um discurso para uma plateia.

- Você está em sua forma de espirito, sua alma. E infelizmente, sua alma reflete quem você é de verdade. - Sua expressão mudou para algo que transparecia pena e nojo.

- O que são os demônios que vagam em outra dimensão da terra, comparado a essas coisas que eu vejo... Merda! Ainda bem que praticamente ninguém vê isso. - Ele falou em tom humorístico, sorrindo enquanto falava.

Finalmente o pânico que me engolia foi desaparecendo... E, após alguns minutos olhando aquela cara humana e sorridente, eu pude relaxar. E como que sentindo isso, ele mudou sua expressão para algo sério, e após esses minutos sem falar nada... Falou friamente.

- Aiai... AI! Ai de você se fosse eu, aquele que lhe causaria vergonha por seus pecados.

Suas palavras me deram uma tensão inimaginável.

- Sente sua bunda inexistente em seu mar de escuridão e perversidade que lhe aparentam escuridão, e me escute pequeno ser nojento. - Entre suas palavras grunhia como um porco. E suas palavras levavam um ódio imenso consigo.

Em sincronia, tudo ao meu redor se coloriu em uma textura de cores misturadas, como vômito, de inúmeras misturas: Fezes, sangue, lágrimas, restos de carne e tudo aquilo de ruim que se poderia imaginar: Tomando conta do cenário ao redor, e consecutivamente me fazendo sentir o tato e cheiro daquela mistura horrenda.

Tudo começava a girar, intensificando a velocidade cada vez mais e mais, me deixando em estado de choque e com um enjoo absurdo.

Seus grunhidos se intensificavam e ele voltou a falar.

- NÃO, VOCÊ NÃO MORREU! VOCÊ ESTÁ NO LIMBO! - Sua voz tornou-se rouca e ao mesmo tempo aparentava levar consigo inúmeras vozes compactadas em uma só. Ele berrava cada vez mais alto, e a cada palavra parecia estourar meus tímpanos.

- VOCÊ PRECISA SER AVISADO, PARA ENTÃO - ... !

Interrompendo suas frases, seu tamanho aumentou drasticamente: Em altura e largura, fazendo suas roupas arrebentarem revelando um corpo gordo e flácido, agora assumindo a cor da pele humana. Ele tomou a mesma proporção de um elefante, grande e gordo e sua cabeça assumiu a face de um porco híbrido com um homem.

Se aproximando em passos largos e que causavam estrondo, ‘aquilo’ se aproximou do meu corpo minúsculo e me agarrou, fazendo-me perceber que sua mão foi substituída por uma pata horrenda de três dedos, cada um, com a grossura do meu braço.

Pude sentir minhas costelas e quadril espremendo-se e prestes a arrebentar.

- TUDO QUANTO FIZERDES, FAZEI-O DE TODO O CORAÇÃO, COMO AO SENHOR E NÃO AOS HOMENS - Ele recitou em berros e grunhidos um versículo bíblico.

- TUDO AQUILO QUE VOCÊ FEZ E Á DE FAZER É DIRETAMENTE FEITO AO SENHOR TEU DEUS, E NISTO VOCÊ SE PREJUDICOU NO MAIS PROFUNDO PECADO! -, Aquele monstro berrava e deixa-se babar litros de saliva espessa que mais aparentava esperma quente, contra minha cara - VOCÊ TORTUROU DEUS, APRENDIZ DE PORCO TÃO PREFERIDO!

Meus olhos queriam pular de suas orbitas de tão arregalados, e senti meu coração espremer-se em meu peito.

Ele sorriu largamente, revelando o triplo de dentes que um humano teria. Todos como garras pontudas e cobertas das mesmas substanciam do cenário: Vômito.

- VOCÊ ESTEVE TORTURANDO DEUS NESTES VINTE E OITO ANOS DE VIDA! - Ele falava, alargando seu sorriso de orelha a orelha, literalmente, rompendo a pele de suas bochechas gordas.

- TODOS SEUS ATOS HORRENDOS FORAM LANÇADOS DA MESMA FORMA EM DEUS! COMO QUANDO VOCÊ MATOU A PORRADAS CONTUNDENTES AQUELA GAROTA BÊBADA!

Ele começou a contar meus feitos, e em sincronia flash back's passavam por minha cabeça.

- ASSIM COMO FEZ COM JENNIFER DE QUATRO ANINHOS, VOCÊ ABUSOU VIOLENTAMENTE A DEUS! VOCÊ O FUDEU COM TODA SUA FORÇA! IGNORANDO AQUELE CANAL QUE MAL CABERIA UMA AGULHA! ASSIM COMO TODOS OS ESTRUPOS QUE COMETEU! - Ele parou de berrar grunhindo em meio a risadas, como se estivesse devorando cada memoria que citava - QUANDO MATOU A MARTELADAS E ESFAQUEOU O CADÁVER DE MAX, E QUANDO TORTUROU SOBRE SEQUESTRO AQUELE HOMEM DURANTE CINCO MESES! OU QUANDO MATOU JULIA FREITAS ENQUANTO SEUS PAIS ASSISTIAM!

Isso durou horas... E horas... Meus tímpanos haviam explodido e por eu não tê-los de verdade, fui obrigado a ouvir tudo que fiz.

O porco se acalmou aos poucos, após o deleite que havia tido. O cenário de vômito estava coberto de um esperma cinzento, misturado com sangue.

- VOCÊ... E todos os outros humanos o tornaram um masoquista... - Sua forma monstruosa foi sumindo, junto de sua voz horrenda, agora substituída por algo depressivo - E Deus nunca sentiu tanto desgosto de uma cria quanto sentiu de vocês... E agora... Ele os odeia como um sádico malvado... E tudo aquilo que plantaram... Hão de colher em dobro.

A escuridão sugou tudo ao redor, e novamente Cadreel, um anão vestido para um casamento estava em minha frente... Mesmo em pânico, eu inevitavelmente pensei “Eu vou pro inferno?” E como lendo meus pensamentos, ele respondeu.

- Não... Irá para um lugar pior, você ainda tem muito a pagar... Irá viver.

Em sincronia minha visão se tornou turva, a voz de Cadreel foi substituída pelo barulho de apitos de máquinas médicas, e constantes choques.

- ELE... VOLTOU! - Um homem disse entusiasmado e ainda ofegante.

Minha visão turva foi melhorando gradualmente... Enxergando uma sala cirúrgica, coberta de sangue e... Vômito.

Ao lado da minha cama estava um homem sem as pálpebras, me encarando com uma expressão assustadora e portando um par de desfibriladores que ainda pulsavam eletricidade.

Olhei ao redor lentamente, notando em um dos cantos da sala um homem com a altura de uma porta, gordo e pelado... Em uma de suas mãos tinha um porrete de madeira e na outra... Uma câmera.


Autor: Gabriel Freitas (HyvesBelaster.)
De: Ler Pode Ser Assustador

2 comentários:

  1. Eiiiiita porra que creepy foda mano parabéns viu!

    ResponderExcluir
  2. Cara, que plot twist sensacional! O texto valeu a pena por esse final aí, bicho...

    E isso representa um problema. Tua proposta começa cliché, mas pô, tudo depende de como se executa. E o meio do texto é meio maçante, tem umas escolhas de adjetivo meio forçadas, essa cena toda do porco poderia ter sido muito mais econômica em palavras e descrições. Na minha opinião, esse texto ficaria muito mais legal sendo uma short creepypasta mesmo. Mas acho que você dando uma polida nele futuramente também pode ficar legal.

    Mas mano, sensacional esse fim, de verdade. Parabéns, apesar dos erros é um texto legal!

    ResponderExcluir

ENVIE SUA MENSAGEM!