-->

Bem vindo à Família

LPSA

readiscreepy.blogspot.com.br Onde Ler Pode Ser Assustador

segunda-feira, 30 de março de 2015

A Guarda da Rainha - Parte 3 (Final)


  Antes de iniciar a leitura, certifique-se de ter lido as partes 1 e 2.

 Minha sobrinha chegou na sexta-feira e iria passar o fim de semana comigo. Tomar conta de uma menina de 7 anos pode ser de enlouquecer, se você tentar esquecer as vezes em que uma mulher louca te perseguiu. Além do mais, eu estava livre daquele emprego - naquela manhã eu havia recebido os papéis da transferência.

  Eu passei o dia inteiro levando a criança para lugares que ela gostava. Foi exaustivo pra caralho. Na manhã de sábado eu fiz o café da manhã para comermos enquanto assistíamos a desenhos animados. Então colocamos um filme da Mulher-Gato e minha sobrinha se fantasiou dela - ela adorava a super-heroína por alguma razão (o filme era uma merda total). Acho que eu não estava acostumado a cuidar de garotinhas porque eu apaguei no sofá, já completamente exaurido. Minha sobrinha me acordou.

  "Uki", ela disse, é como ela me chama, "Uki, vamos brincar." Ela segurava meu velho par de walkie-talkies. Eu os adorava quando era pequeno, então não pude recusar.

  "Ok, vamos ver se esse treco ainda funciona. Vá para o quintal, quero testar essas belezinhas."

  Seu rosto se iluminou enquanto ela corria para fora.

  Eu liguei o walkie-talkie e comecei a brincar com ele. Havia apenas ruído estático, o que significava que as baterias funcionavam, era só encontrar a frequência certa.

  "Ashley? Ashley, está me ouvindo, câmbio?" Eu tentei algumas vezes.

  Eu finalmente ouvi algo.

  "Ashley, está ouvindo, repito, está ouvindo, câmbio?"

  "Quero." Foi o que eu ouvi em alto volume.

  "Ashley, sua boba, você precisa dizer 'câmbio' quando terminar."

  "Q... u... e... ro." Eu ouvi novamente.

  Essa porcaria, eu pensei. Com preguiça de sair, eu tirei as baterias, soprei-as, se é que isso serve para alguma coisa, e as recoloquei.

  "Ok, Mulher-Gato, você está ouvindo agora, câmbio?"

  "ZERO."

  Eu derrubei o walkie-talkie.

  Aquela não era a voz da Ashley. Não era "quero" o que eu pensara ter ouvido.

  Ashley.

  Eu corri para o quintal enquanto me xingava mentalmente por deixar uma criança sair sozinha. Ashley estava parada no jardim, segurando o pequeno rádio, apertando-o com força. Diante dela estava aquela mesma mulher, inteiramente inclinada sobre a menina.

  "Zero, zero, zero, zero, zero." Era o que aquela demente repetia na frente do rostinho aterrorizado de Ashley.

  É, quando alguma vadia me assedia, eu consigo me controlar. Mas com uma criança, minha sobrinha?

  Eu pirei. Eu corri na direção da mulher e a me joguei em cima dela com força o suficiente para ter certeza de que a machucaria. Assim que atingi o chão, eu levantei e agarrei Ashley.

  "Você está bem?" Eu gritei. "Ela encostou em você?!"

  Eu nem percebi como a estava sacudindo, provavelmente assustando-a ainda mais. Agora ela estava chorando tanto que não conseguia responder.

  "Vamos entrar", eu disse, virando as costas para a mulher. Ela ainda estava deitada de barriga para baixo no chão.

  Assim que entramos na casa, fomos até a janela. A mulher começou a se levantar. Ela olhou para nós.

  "Eu vou ligar para a polícia." Eu avisei a uma Ashley em choque enquanto pegava meu celular. "Não se preocupe, querida, vai ficar tudo bem."

  A mulher avançou um passo em direção à janela. Em seguida outro. Seu nariz sangrava, ela estava claramente ferida e mancando, mas isso não parecia incomoda-la.

  Eu tenho de admitir, estava quase paralisando devido à onda de adrenalina que me dominava. Nós apenas ficamos diante da janela, observando enquanto aquela aberração se aproximava.

  "A polícia está a caminho", eu tentei tranquilizar minha sobrinha, que ainda chorava.

  A mulher alcançou a janela.

  Ela... Ela já não me olhava mais. Ela se inclinou na direção de Ashley. A pobre coisinha pegou minha mão e a estava apertando com força demais para uma menina de 7 anos. Aquela criatura do inferno, vadia, fosse o que ela fosse, se inclinou completamente até a janela. Apenas uma fina cobertura de vidro a separava de Ashley.

  Eu estava prestes a levar minha sobrinha para outro lugar, longe daquela doida, quando a mulher escancarou a boca, mas imediatamente fechou-a em um sorriso. Então de novo. Era impossivelmente estranho. Enquanto ela abria a boca, suas pupilas reviravam até a parte de trás de sua cabeça, apenas para voltarem ao normal quando ela sorria em seguida. Ela estava agora alternando sobre-humanamente rápido entre uma careta bizarra com olhos quase sem pupilas e um sorriso.

  "Vamos sair daqui", eu disse à Ashley enquanto a levava para meu quarto.

  A polícia chegou 15 minutos depois. Eles revistaram toda a vizinhança e terminaram por encontrar uma mulher que combinava com a minha descrição. Eu ia à delegacia para reconhecê-la, mas antes eu tinha de deixar Ashley na estação de trem. A mãe a queria de volta imediatamente, e depois de tudo o que aconteceu, eu não poderia culpa-la. Eu a levei até a estação, onde eu pedi aos funcionários para que a escoltassem até seu destino.

  Um motorista muito simpático prometeu que iria vigiá-la durante toda a viagem. Ele pegou a mão de Ashley e disse que a levaria para ver todas as partes legais do trem. Finalmente, a menina sorriu.

  Quando o trem estava para partir, o motorista colocou minha sobrinha nas escadas.

  "Diga tchau para seu tio", ele disse, "daqui a pouco vamos partir."

  "Tchau, Ashley, peça à sua mãe para me ligar quando chegar, ok?"

  Ela não me respondeu, o que era compreensível. A criança provavelmente continuava assustada pra caralho, eu também estava.

  Quando o locutor avisou que todos os passageiros estavam presentes, o motorista abriu a porta para que eles entrassem no trem.

  Mas Ashley não se movia. Ela olhou para o motorista.

  "Agora vamos", ele disse.

  Ashley abriu a boca, encarando o homem.

   "Nós temos de entrar agora, está na hora de partir, querida." Ele disse novamente. "Vamos."

  Enquanto ele embarcava no trem e Ashley o seguia, eu a ouvi dizer, "10, 9, 8."

5 comentários:

  1. Poxa.... Sei lá, esse final não rendeu toda a expectativa que eu coloquei nessa série. Tava realmente legal mas, todo esse suspense pra nada? Não curti mt n

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não fui eu que escrevi, é apenas uma tradução, mas eu também não terminaria nesse ponto. Talvez haja mais uma continuação... Um dia...

      Excluir
  2. Fico MUITO estranho pra um final não ficou não? Tipo acharam a mulher...tá e ai? A menina agora é from hell também...tá e ai? Povo começa a escrever e para ai eu fico morrendo de curiosidade pro resto da vida! kkkkkkkkkkkk

    ResponderExcluir
  3. Só eu no mundo inteiro que gostou desse final? Cara o final da esperança de continuidade, tipo, a história não acabou aí, o terror continua, e agora com uma garotinha, o que deixa tudo mais sinistro!

    ResponderExcluir
  4. Prefiro uma creepypasta legal que possa continuar do que uma que acabe logo pra sempre -_-

    ResponderExcluir

ENVIE SUA MENSAGEM!