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domingo, 24 de abril de 2016

Paranoia


  OBS: Gostaria de pedir desculpas pelo meu sumiço. Estou em período de provas e trabalhos na faculdade e isso consome todo o meu tempo. Mas saibam que eu nunca abandonaria o LPSA e estarei sempre publicando novas creepys, talvez não com a mesma frequência de antes. Espero que sejam compreensivos e que gostem desta creepy e de outra que vou publicar amanhã.

  Por favor, fique quieto. Eu preciso pensar. Você precisa ouvir. Apague as luzes e tente ficar quieto. Esses pensamentos vêm martelando na minha cabeça há dias. As pessoas dizem que estou paranoico. Elas dizem que essas ideias não são saudáveis. Dizem que preciso me medicar para fazê-las irem embora. Eu não acredito nelas. Só porque você está paranoico, não significa que não estejam atrás de você.


  Memória genética

  Já percebeu como todas as coisas que nos assustam têm características em comum? Pele pálida, olhos fundos e escuros, faces alongadas e dentes afiados como lâminas... Essas imagens inspiram horror e asco na maioria das pessoas, e por um bom motivo. Os traços compartilhados por esses rostos estão gravados na mente humana e somos instintivamente amedrontados por eles. Mas o que você precisa se perguntar é o seguinte: O que aconteceu, no passado mais remoto, que poderia afetar toda a raça humana ao ponto de nos tornar permanentemente aterrorizados por coisas pálidas com olhos fundos e sombrios, faces alongadas e dentes pontiagudos? Apenas tome cuidado por aí.

A prática leva à perfeição

  Sabe como às vezes você ouve um amigo ou ente querido chamando seu nome e se vira apenas para descobrir que não há ninguém ali? A mesma coisa pode acontecer quando você vê alguém na rua. Eles se parecem com alguém que você conhece, mas, por algum motivo, você sabe que não são a mesma pessoa. Eles querem que você ache que eles são quem você pensa que eles são. Essa é a única maneira pela qual podem te alcançar. Você ouviu as vozes te chamando. Preste atenção às vozes de seus entes queridos e aprenda a reconhecê-las. Lembre-se da última vez em que você falou com sua mãe e ela parecia um pouco estranha... Bem, há uma razão para isso. Eles precisam praticar primeiro.

Estática de rádio

  Certa noite, eu dei carona a um mochileiro. Ele parecia bem quando entrou no meu carro, embora não tenha dito uma palavra. Eu liguei o rádio para cobrir o silêncio desconfortável enquanto dirigia. Ele apressadamente desligou. Havia pânico em seus olhos. "É assim que eles disfarçam as vozes", disse ele. Eu imaginei que ele estivesse bêbado e o deixei em sua casa para que ele dormisse e esquecesse aquilo. Desde então, sempre que eu ligo o rádio, ouço um estranho ruído de estática. Soa como mil vozes sussurrando em uníssono. Se você ouvir cuidadosamente, perceberá que estão dizendo coisas horríveis, impronunciáveis. Então, por favor, não ligue o rádio. É assim que eles disfarçam as vozes.

Estacionamento

 O lugar mais provável onde uma pessoa poderia desaparecer é um estacionamento, especialmente naqueles de grandes lojas de varejo ou parques de diversão. Não é sempre sequestro, embora seja o que os proprietários preferem dizer. A verdade é que muitos estacionamentos são construídos em cima de antigos cemitérios. Os donos compram a propriedade e retiram os túmulos, embora sempre esqueçam de alguns. Esses são os que tentam sair e encontrar companhia, mas o asfalto costuma ser grosso demais. Às vezes, porém, eles conseguem sair e as pessoas desaparecem. Então, os proprietários cobrem o buraco e não pensam mais nisso. Portanto, da próxima vez que estiver atravessando um estacionamento tarde da noite, tentando encontrar seu carro, cuidado com os sulcos no chão e não dê ouvidos à pessoa de sobretudo preto que pede ajuda. Lembre-se de que eles costumam enterrar os mortos vestidos de preto.

Água de banho

  Na próxima vez em que tomar um banho, posicione sua cabeça embaixo da água e feche os olhos. Não precisa submergir seu nariz ou boca, apenas afunde o suficiente para cobrir seus olhos e ouvidos. Ouça com cautela. Consegue ouvir o som? É como o barulho de passos molhados. É o caminhar daqueles que morreram afogados. Vê a água brincando por entre as sombras? São eles chegando para receber um novo membro. Lembra-se de quando eu disse para não deixar o nariz e a boca sob a água? Isso é importante. Após ouvi-los na água uma vez, você os ouvirá sempre. Não se preocupe, aquele som que você acabou de ouvir, como passos encharcados, e aquela sombra estranha no canto de seus olhos... É apenas eles observando a próxima pessoa que irá se juntar à sua procissão.

O pântano

 Eu parei de escrever na noite em que caí no pântano. Eu vi algo. Não tenho certeza do que era, mas me assustou. Minha memória do que aconteceu naquela noite se perdeu há muito tempo, mas eu me lembro de ter acordado no pântano. Podia sentir enquanto era arrastado na direção da água lamacenta. Não havia nada sólido em que eu pudesse me agarrar. A polícia me levou ao hospital e eu fui enviado a um sanatório por alguns dias. Os médicos tentaram me dar remédios e eu fingi engoli-los, mas depois eu cuspia tudo. Eu não estava doente. Algo havia acontecido comigo. Eu acredito nisso agora mais do que nunca. 

  Por vários dias após aquilo, eu conseguia ver a mim mesmo, apodrecido pelo pântano mas ainda vivo. Eles haviam me alterado de alguma forma e eu sabia que continuariam me observando. Estou escrevendo agora para lhe informar que há alguma coisa errada. Venho tendo os sonhos mais estranhos. Ontem à noite, eu voltei ao pântano e encontrei um dos meus sapatos, largado na lama. O engraçado é que quando eu fui levado ao hospital, estava calçando os dois sapatos.

Feliz aniversário

  Você sabe como todo ano você assopra uma nova vela no bolo de aniversário para simbolizar outro ano passando. Vamos parar para pensar sobre o que aquilo realmente significa, por um momento. O fogo representa a vida e a cada ano, você apaga outra velinha apenas pela tradição. Todas essas pessoas que você ama estão morrendo antes de você. Bem, vamos dizer apenas que a vida é como uma vela ao vento. Então, da próxima vez em que você ficar mais velho, feche seus olhos, faça um pedido e apague a chama.

Quando o vento sopra

  Eu adoro o som que o vento faz quando bate bem forte e atinge uma janela. É o barulho distinto das janelas tremendo enquanto uma rajada pesada de vento atinge sua casa no meio da noite. Soa como se o lugar estivesse prestes a desmoronar, mas por alguma razão, é muito reconfortante. Um gemido baixo, profundo e pesaroso acompanha o barulho. Eu costumava pensar que era o vento. 

  Desde a última noite, minhas persianas permanecem fechadas e minhas cortinas cobrem todas as janelas. Ontem à noite, eu descobri o que era aquilo. Ouvi um grito lancinante enquanto a janela tremia no meio da madrugada. Eu estava acordado e terminei olhando para fora. Era eu. Não o meu reflexo, mas o meu próprio cadáver, vindo me buscar. Na próxima vez em que você ouvir esse som assombroso de noite, não olhe para ver o que é. Apenas considere-se sortudo. A morte não conseguiu entrar desta vez.

Reflexo na janela

  Eu vejo minha mãe na janela. Ela acena e me convida a ir com ela. Eu ouço minha mãe falando no corredor. Ela não soa da mesma maneira e fede à carne em decomposição. Eu vejo minha mãe no espelho. Seus olhos se foram e, junto com eles, sua alma. Minha mãe me diz para apagar a luz. Ela diz que, se eu apagar a luz, posso ir com ela. Então, poderemos encontrar mais amigos. Eu amo minha mãe e quero deixa-la feliz. Luzes apagadas... Noite, noite.

  Posso ver você através da janela. Estou parado no reflexo. Consegue me ouvir sussurrando no corredor? Minha voz soa estranha? Vê minha sombra se movendo próxima a você na escuridão? Eu quero fazer mais amigos e minha mãe também sente falta de companhia. Eu ouço você chegando, se aproximando do espelho com as luzes acesas. Eu aceno, mas você não pode me ver. Apague as luzes e poderemos brincar. Você vê os abismos escuros onde meus olhos costumavam estar. Minha alma se foi com eles. Está ouvindo aquilo? Sou eu gritando, implorando para que apague as luzes. Quando brincarmos juntos, eles o verão nas janelas.

Mamãe e papai

  Lembra de como você costumava ficar com tanto medo quando as luzes se apagavam e as sombras pregavam peças em sua mente? A forma como toda rajada de vento era a respiração de algo maléfico e cada batida era um passo de algo se aproximando mais e mais. Você chamava sua mãe e seu pai e eles lhe garantiam que você estava seguro e que não deixariam nada te ferir ou te levar embora. Bem, eu também lembro disso. Mal posso esperar para voltar a me arrastar na sua direção durante a noite, cada passo meu, um baque alto, ou talvez um leve rangido no corredor; minha respiração alta e pesada como um vento furioso batendo através de árvores mortas. E eu quase esqueci. Mamãe e papai não estão mais por perto.

Esconde-esconde

  Lembra-se de quando costumávamos brincar de pique-esconde? Eu me divertia tanto sabendo que tinha um amigo para brincar toda noite. Eu me lembro das noites em que você deitava sob os cobertores no seu quarto, tremendo por antecipação pois sabia que eu estava lá, embora não pudesse me ver. Você achava que eu também não podia te ver. Toda noite, desde que você era pequeno, eu venho deixando você ganhar. A diversão estava no jogo. Você está mais velho agora e nós não brincamos há algum tempo. Talvez devêssemos começar de novo. Embora eu tenha enjoado de esconde-esconde. Não preciso mais deixar você vencer. Então, esta noite o jogo é de pique-pega.

Barulhos

 Você ouve barulhos quando tudo deveria estar silencioso? Se sim, você ouve um guincho agudo quando não existe nada que poderia ter feito aquele som? Quando escuta isso, você sente como se houvesse algo acima de você, te observando? Se sua resposta é sim para qualquer uma dessas perguntas, você está experienciando o que tentamos manter em segredo. Nós estaremos aí hoje à noite para cuidar disso. Caso suas respostas tenham sido negativas, bem, ainda assim você respondeu, melhor prevenir do que remediar.

Pesadelos

 Você sabe que estamos sempre observando, certo? Você leu tudo isso e parecem apenas pensamentos aleatórios, mas nós só precisamos fazer com que você saiba que estamos aqui. Nós estamos vendo enquanto você senta, cego pelo brilho do seu monitor e ignorando o resto do mundo ao seu redor. É isso o que queremos. Nós somos o rangido vindo do chão, como se alguém estivesse andando na ponta dos pés pelo corredor. "Apenas a casa se acomodando", você diz. "Acontece sempre." Nós éramos aquela leve batida na sua porta. "É apenas o vento, apenas o vento". 

  Tudo bem, nós não o queremos enquanto você está acordado. Nós esperamos até que você adormeça e debochamos de você com nossas mandíbulas decadentes. Nós rimos de você através de cordas vocais ressecadas pelo sangue de gargantas cortadas há muito tempo. Nós o beijamos com nossos lábios putrefatos e esperamos que você não acorde para nos ver ali. Houveram algumas vezes em que nós o despertamos e nos esgueiramos pelo quarto escuro, nos escondendo nas sombras até você se convencer de que foi apenas um sonho. Nós aguardamos a noite em que seu corpo sem vida vai dançar conosco. Até lá, nós infestaremos seus sonhos e poremos ovos que racharão em pesadelos. Durma bem.

6 comentários:

  1. credo cara, não entendi muito bem esse post

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  2. legal saber que tem um exercito de fantasmas que são meus fãs e sempre me esperam dormir pra me abusarem!

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  3. Mano, eu já não sou muito normal, aí aparece umas coisa dessa, né dona Laura Tude?
    Brinks, tá muito foda, se bem que eu já tinha lido essa creepy no blog do Alan Douglas, "O olho mágico".

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  4. acho que já sei quem está sendo retratado nessa creepy pasta,só não lembro o nome dele

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