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domingo, 11 de agosto de 2013

Próximo ao desespero...


18:29, 2º Dia. Próximo ao desespero...

Eu vi, vi ontem no jornal sobre pessoas morrendo, centenas delas. Aqui também, desde de ontem foram cerca de 200 mortos. Mas eu não me importo, eu nunca fui de me importar. Perdi meus pais quando era criança, fui morar com meus tios, dois anos depois os perdi também. Me mandaram para um orfanato onde fiquei até meus 15 anos, depois fugi com uma amiga e juntas conseguimos arrumar um trabalho, uma casa, até que ela também morreu em um acidente de transito. Creio que meu destino seja estar sozinha até o fim de minha vida.


Estou sentada no sofá, na TV só passa sobre as misteriosas mortes, a cada minuto é um novo caso. Está uma desgraça isso. 

Resolvi sair para fora, arear um pouco a mente no sol poente. Fiquei caminhando com a mente longe, imaginando o que poderia estar havendo no mundo, o porquê de estar um caos, até que, de repente, uma multidão de gente começa a gritar, correr. Todo mundo num pânico, gritos horrendos de dor e desespero. Eu viro meus olhos de um lado ao outro procurando o causador de tanto desespero, e por fim o encontrei.

Era um homem sem camisa, com cabelo longo e um sorriso no rosto, apesar da expressão de seus olhos serem de total tristeza, desespero, lágrimas escorriam em seu rosto. O homem carregava com suas duas mãos um machado, todo ensanguentado, ele vinha correndo, acertando todos que estavam ao seu redor e dizendo: "Você, você, você também, e você". Eu travei, minhas pernas não se moviam, foi então que percebi, algumas pessoas estavam indo em direção ao homem louco, elas estavam caminhando para a morte e eu, ali parada. O homem então me percebeu, mudou seu caminho e começou a vir em minha direção.

Comecei a tremer, horrorizada com a cena, apavorada com a face do homem e com todo o sangue e tripas espalhados pelo chão. O homem parou de correr quando a distância entre nós era pouca. Ele começou a andar lentamente, com os olhos fixos nos meus. Comecei a sentir um aperto na barriga, meu corpo pareceu congelar, eu estava tremendo. 

Então ele estava à minha frente, ele cheirava à sangue, suor, um odor inexplicável. Foi aí que ele se aproximou mais, esticou o pescoço e quase encostou seu rosto no meu, nessa hora eu não aguentei, estava com tanto medo e tremendo que urinei nas calças. Senti a urina quente descer pelas minhas pernas, enquanto olhava aqueles olhos castanhos e tristes. Ele me disse com uma voz fraca e rouca: "Você está livre", com isso se virou, voltou andando lentamente por onde veio, ajuntando os pedaços de corpos que estavam no chão. 

Senti uma tontura imensa, tudo ao meu redor começou a ficar escuro, minha visão ficou turva... Quando acordei já estava tudo escuro, levantei lentamente, procurando alguém, mas tudo o que pude ver foi uma imensa pilha de corpos amontoados, não pude acreditar, o que diabos era isso? 

Desta vez o meu corpo me obedeceu, corri desesperadamente para casa, abri a porta e entrei, estou trancada nele até agora, TV, internet, celular não estão mais pegando. Será que todos estão mortos?


Vou ficar aqui até que isso tudo por fim acabe, se acabar...

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