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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Próximos a sofrer...


23:38, 6º Dia. Próximos a sofrer...

Eu estava em casa com meu marido e meus filhos, nós todos estávamos com medo, fazia uns três ou quatro dias que estávamos presos em casa sem sair, devido à loucura que vem acontecendo em todo o mundo. Estávamos escondidos no porão, com o máximo de mantimentos possível. Já faz uns dois dias que ouvimos gritarias, berros, pedidos de socorro, mas estamos com tanto medo que não ousamos sair daqui. 


David meu filho mais novo de apenas cinco anos estava em meus braços, Candy e Cindy estavam próximas à mim assim como meu marido John também estava. Havíamos levado TV, DVD, brinquedos para o porão, mas a energia elétrica acabou ante-ontem, estamos à luz de velas aqui, comendo enlatados e rezando para que tudo isso acabe logo.

Todos estavam dormindo quando uma gritaria horrível nos acordou, as crianças começam a chorar. Os gritos eram extremamente altos, uma mulher gritava desesperadamente. John e eu estávamos apreensivos e apavorados. De repente um estrondo, alguém arrombou a porta de nossa casa, era a mulher, podíamos ouvir os móveis sendo derrubados, vasos de plantas quebrando no chão, tudo misturado aos gritos horrendos e pedidos de ajuda da mulher. 

Eu não pude aguentar. - John, ajude a mulher! Disse isso enquanto entregava à ele um bastão de basebol que estava em uma caixa aberta numa pilha de coisas velhas. 

John pegou o bastão, abriu a porta. 

- Tenha cuidado querido.
- Eu terei amor.

Com isso ele saiu, eu fechei a porta e a tranquei. A mulher ainda gritava, seus berros pareciam vir do nosso segundo piso. Depois de um ou dois minutos tudo silenciou. Eu podia ouvir meu coração bater, podia ouvir e sentir a respiração ofegante de meus três filhos, todos me abraçando fortemente, com medo. 

O silêncio persistiu por uns cinco minutos até que um "toc-toc" na porta quase fez meu coração saltar pela boca.

- John, querido é você? Ninguém respondeu. - John?

Blam! 

Uma forte batida na porta, seguida por outra e outra. Alguém estava tentando arrombá-la. As crianças começaram a gritar, meu coração estava a mil, minhas pernas trêmulas. Olhei ao redor, não havia nada que eu pudesse usar como arma, e não havia nenhuma saída, nenhum lugar em que pudéssemos nos esconder, nada. 

Fucei na louça que trouxemos para nos alimentar, tudo o que tinha lá era uma pequena faca de serra. Direcionei meus filhos para atrás de minhas costas, mirei a faca em direção a porta, preparada para acertar o que quer que fosse que por aquela porta entrasse.

Depois de uns cinco golpes na porta ela já estava cedendo, mais um ou dois e ela viria ao chão.

Blaam! 

A porta se despedaçou, uma figura masculina encoberta pela escuridão estava para entrar, pude ver os seus olhos brilhando assim como uma faca de açougueiro em sua mão. Ele avançou através da porta, eu gritei: "Fique longe de nós!", enquanto apontava a faca para ele. O homem não deu bola, lentamente começou a entrar.

Olhei para meus filhos, suas expressões de horror e medo sem igual, eu não poderia permitir que o homem os ferisse, voltei meu olhar para o maldito e sem pensar duas vezes fui em sua direção, minha mão levou a faca em direção a seu rosto, foi aí que gelei, a faca acertou em cheio a sua face e quebrou. No rosto do homem nem sequer um arranhão, e, com apenas um golpe, ele amputou meu braço. Meu corpo se encolheu instintivamente e senti um outro golpe acertar meu peito, com isso não consegui me manter em pé, cai no chão. Meu corpo doía, doía e muito, uma dor insuportável, mas essa dor pareceu sumir quando vi o homem ir em direção à meus filhos. 

Tentei me levantar, tentei gritar para que ele não fizesse nada com meus anjinhos mas não consegui, forcei minha garganta e com um ultimo grito desmaiei. 

Quando acordei, levantei frenética, olhei para os lados procurando minhas crianças, elas não estavam lá, saí do porão gritando seus nomes, desesperada. Olhei por toda a casa não encontrei ninguém.

Enquanto eu passava pela janela do corredor que levava para sala percebi através dos vidros ensebados algo estranho, quando fui abrir a janela notei que meu braço ainda estava no lugar, incrédula levei a mão ao meu peito onde eu havia levado a facada. Não havia ferimento algum. "Deus o que está havendo?". Abri a janela e o horror me cumprimentou, uma imensa pilha de corpos podia ser vista a distância. 

- Crianças. Ah meu Deus!

Saí de casa e corri em direção àquela pilha enorme de corpos. Quando cheguei lá senti meu estômago revirar. Da pilha de cadáveres uma imensa nuvem vermelha subia aos céus. David? Candy? Cindy? Queridos por favor, onde estão vocês? Eu não percebi mas, desde que acordei, meus olhos não paravam  de lacrimejar. 

Percorri em torno daquela pilha de corpos, até que, em um certo ponto eu percebi, mais à frente, na entrada de uma outra casa, um homem ajoelhado e, ao seu redor, haviam dois corpos. 

Me aproximei lentamente, pude perceber que o corpo masculino estendido no chão era o corpo do homem que havia entrado em minha casa. Me aproximei mais do rapaz ajoelhado, "O... olá?", o rapaz ergueu lentamente a cabeça para mim. "Ela está morta", disse ele. 

Eu olhei para o corpo em seus braços, o rosto da moça estava desfigurado, uma fumaça vermelha saindo lentamente de seu corpo e do homem estendido no chão. "Vou me juntar à ela" disse o rapaz, rapidamente ele pegou a faca que estava no chão próximo ao homem e, antes que eu pudesse me mover ou dizer algo, ele cortou sua própria garganta. Seu corpo foi ao chão, em seu rosto uma expressão de felicidade. 


Ver tudo aquilo me fez ter vontade de fazer o mesmo, mas eu ainda não encontrei meus filhos, vou procurá-los, tenho certeza de que ainda estão vivos, eles tem que estar...

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