21:39, Dia ? - 100 anos depois. Próximo à ascensão - Parte II.

Depois de ver meus pais morrerem, depois de ver minha namorada se jogar do prédio em que íamos quase sempre admirar o por do sol eu não pude aguentar.

Perder minha família inteira e a mulher que eu amava em tão poucos dias foi demais para mim. Eu estava parado em cima daquele prédio, lembrando de como ela sorria antes de mudar sua expressão e saltar lá de cima. 

A imagem de seu corpo jogado no chão, todo aquele sangue evaporando. Aquilo tudo foi demais pra mim. Eu olhava para baixo, a coragem estava junto de mim e, mesmo que não estivesse, eu o faria mesmo assim. O mundo está virado num caos, eu não aguento mais ver gente morrer. 

Fechei os olhos e dei um passo pra frente. Senti a gravidade fazer efeito sobre meu corpo, corrente de ar passava a minha volta enquanto eu caía. Naquele momento eu só podia pensar nela, Jennyfer, como eu queria ter passado mais tempo junto de ti. 

Senti o impacto de meu corpo acertando o chão, a dor de meus ossos quebrando e meus órgãos internos estourando com o impacto. 

Abri os meus olhos. Tudo ao meu redor era branco. Não havia chão, apesar de eu sentir firmeza abaixo de meus pés. Eu estava numa imensidão de um puro nada. Não havia mais dor, nem sangue, nem frio, nem calor, nada. 

- Será que estou morto? - Dei alguns passos a frente e foi como se eu não saísse do lugar. Dei mais um, dois, três passos, até que por fim comecei a correr. Parei. Eu estava muito confuso, até que me dei conta de que haviam duas pessoas a minha volta, um em cada lado.

Eu olhei para o da direita. Ele estava vestido elegantemente, parecia um daqueles caras da mafia, sua roupa era branca, mas de alguma forma ele se ressaltava naquela imensidão de branco em que estávamos. 

Olhei para o outro. Ele estava vestindo o mesmo traje que o homem de branco, só que a sua roupa era preta. 

Os dois eram altos e esbeltos, olhei para o rosto deles, mas não havia face. Apenas um longo e liso cabelo preto em suas cabeças. 

- Quem são vocês? Onde estou? O que querem comigo?

Com vozes que pareciam vir de todos os lados os dois me responderam perfeitamente sincronizados: 

- Nós somos o começo e o fim. E você... é a nossa testemunha.

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- Querido venha jantar! - Disse Megan interrompendo minha leitura. 

Eu estava espantado com o que lia, aquele diário era inacreditável, assim como minha fome. Fui jantar ansioso para voltar e ler o resto que me esperava. 

A revelação está por vir... - pensei.