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sábado, 7 de setembro de 2013

Levando a Demência




Antonio desde cedo se mostrou um rapaz muito esperto, ainda criança se destacava nas ciências exatas, não era o melhor da sala, mas tinha muito potencial.

Com o passar dos anos, a leitura se tornou um vicio, e, mais pra frente, passou a ser um exagero.

O vicio de Antonio o distanciou dos amigos, impedia de fazer amizades e o deixava cada vez mais sozinho, e ele lia mais e mais.
 
Mas, a vida não é como nos livros, e por mais inteligente que fosse, era impossível conviver com ele, ninguém o suportava, um jovem egocêntrico “sabe-tudo” e arrogante com uma mente e uma imaginação impossível de se conter.

Cansado de sempre ser envolvido em brigas e faltando 2 bimestres para terminar o 2°grau, ele para de ir as aulas.
 
Antonio morava com seu pai e sua mãe, mais poucos meses após completar 18 anos o seu pai morre. Se sentido obrigado a tomar uma decisão ele faz um curso básico de mecânica de automóveis e começa a trabalhar na profissão do pai. Seu pai tinha uma mecânica na própria residência, talvez por isso Antonio tenha seguido essa carreira.

O tempo foi passando, todas as expectativas de uma vida foram por água abaixo, os sonhos, as projeções futuras, tudo o que sonhou para seu futuro nada foi alcançado.

Agora, já aos 30 anos, fumando e bebendo, com a saúde já comprometida, o “gênio” passou a usar drogas regularmente.

Certo dia, ao abrir a porta dos fundos da oficina para trabalhar, percebe que há algo estranho, ele escuta um tilintado de uma pequena ferramenta que cai ao chão. No impulso, ele pega uma chave de roda e o primeiro vulto que vê ele acerta com força.

Era um ladrão que aparentava ter uns 20 anos.

Sem saber o que fazer, Antonio amarra firme o ladrão e, em uma revista rápida ele encontra pequenos papéis de LSD. Ele já havia lido sobre essa droga, na verdade, ele leu sobre Hoffman, o inventor do LSD, que tinha escrito sobre seus efeitos alucinógenos. No artigo, Hoffman escreveu que durante o efeito da droga ele foi tomado por um mal, e que seus medos se projetavam para fora de sua mente e tomavam forma.

Sentindo raiva e no calor do momento ele coloca os dois papeis na boca do rapaz e o faz engolir. Pouco mais de meia hora depois era possível perceber que o jovem estava em um estado profundo de intoxicação e com constantes delírios, caretas e risadas. 

Então ele amarrou o rapaz de cabeça para baixo e o deixou pendurando.

Sem saber o que fazer, ele se lembra de uma antiga teoria de um filósofo cientista chamado Skinner, que prometia curar a violência com seções de uma droga que causa mal estar enquanto o paciente assiste à cenas de violência, tudo para que a mente do criminoso assemelhe a violência com mal estar.

Por 7 dias ele manteve o rapaz sobe efeito de drogas pesadas em constante alucinação com luvas sujas na boca para não conseguir gritar e ouvindo um som que Antonio tinha baixado da internet, a gravação tinha apenas gritos e soluços, som de mulheres e crianças chorando, era possível identificar até sons de golpes como facadas.

Após uma semana, o rapaz foi solto, mas a reação não foi a esperada.

Várias horas de delírio e sofrimento causaram um medo incalculável, como se todos estivessem apenas esperando para fazer com ele o que ele escutou na gravação, e, em resposta a esse estimulo, a reação do individuo foi apenas atacar, atacar tudo que fosse vivo, tudo o que parecia oferecer algum risco, ele não conseguia falar nem pensar direito, demente, apenas se movia rapidamente com silhueta baixa e olhar assustado.

Depois de solto passou alguns minutos tentando identificar onde estava, ao perceber que estava sendo observado pelo mecânico, ele pegou a primeira coisa que viu pela frente e pulou sobre o homem o acertando em cheio a cabeça.

30 minutos depois, Antonio acorda e percebe que está sozinho na oficina, sem entender direito o ocorrido, sai a procura do ladrão que ele havia recém libertado. 

A única coisa que encontrou foi sua mãe com uma chave de fenda atravessada na cabeça.

Quando saiu da casa do mecânico o ladrão atacou um casal que atravessava a rua e, enquanto golpeava o homem no chão, foi atropelado por um carro.

António falou para policia que tinha sido atacado pelo assassino, ao surpreendê-lo tentando invadir a oficina e que ficou desacordado, quando acordou sua mãe já estava morta e o assassino dela também.

Embora tivesse perdido a mãe, Antonio achava mais que engraçado, achava hilário o fato de ter conseguido criar algo tão especifico que podia ser usado até como uma arma, uma arma contra a sociedade que tanto o recriminara na infância, e que agora o tratava com  indiferença. 

Neste momento, tudo pareceu tomar uma direção, pois, até o fim de sua vida, Antonio passará criando essas criaturas, com apenas traços humanos e as libertando em diferentes lugares com apenas uma faca na mão.


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