CAÇADORA DO MEDO - Capítulo #3 - O Limbo
- Publicado por:
- Nathalia Campanha
[Tenha certeza de ter lido "Sangue Derramado" antes de começar a ler este conto]
Abri os olhos.
Estava no meu apartamento em Portland, Oregon. Olhei em volta. Estava tudo branco, como se tivessem jogado um balde de tinta branca no meu apartamento. Até minhas roupas estavam brancas.
Desabotoei minha camisa e olhei para minha barriga. Perto do estômago havia uma cicatriz, bem grande.
Eu me lembro bem da espada que fez isso. E também me lembro de quem a empunhava.
William Sanders, meu irmão.
Abotoei minha camisa e sentei-me no sofá, apoiei a cabeça nas mãos e chorei. Chorei aos prantos. Dane-se se alguém ouvisse, dane-se se eu era uma adulta, com vinte e três anos e chorando como uma criancinha. Meu irmão havia me apunhalado pelas costas.
Alguém pôs a mão no meu ombro.
— Calma, não precisa chorar. — disse uma voz de criança.
Olhei para o lado e vi quatro pessoas. Dois adolescentes estavam sentados no sofá ao meu lado. Uma era uma garota de quinze anos numa blusa branca e calça jeans, seus cabelos lisos e negros caíam sobre seu ombro, ela era muito pálida, mas era linda. Ao seu lado havia um garoto um pouco mais velho, talvez uns dezessete anos. Seu cabelo era preto e ele era pálido como a garota, usava jeans e camisa branca como ela. Os dois eram tão parecidos, provavelmente irmãos.
Sentados no chão, havia duas crianças. Uma menina com sete anos e um menino com nove. A menina era pálida como a garota mais velha e seus cabelos longos eram da mesma cor que os da adolescente. Em vez de jeans e camiseta, usava uma saia e uma blusa, brancas.O menino era idêntico ao adolescente. O mesmo cabelo, a mesma pele, os mesmo olhos azuis. Usava calças de moletom e uma camisa dos Yankees. Brancas.
Então eu comecei ver a semelhança entre os quatro. Pareciam... fases.
— Vocês são... — comecei.
— Os passados seus e de Will? — completou a adolescente. — sim. Olá, Hallie.
Meu queixo caiu. Eu estava olhando para mim mesma com quinze e sete anos. E para Will, com dezessete e nove anos.
— Onde eu estou? Aqui é o céu? — perguntei. — Ainda não. Você está no Limbo. — disse o Will adolescente.
— Mas só depende de você se voltará para a Terra ou irá para o Céu. — disse a Hallie adolescente. — Como assim? — perguntei.
— Hallie, enquanto você lutava com Will, os dois foram deixando de serem puros. — explicou Hallie criança. — Um dos dois tinha que morrer, você se lembra disso, não? — Sim. E eu morri, então Will agora é um Caçador. — eu respondi.
— É aí que você se engana. — disse Will criança. — a figura do primeiro Caçador disse que um teria que morrer, mas não disse que o que sobrevivesse seria um Caçador. — Como assim? — minha cabeça girava.
— Um Caçador precisa ser puro. — disse Hallie adolescente. — a luta entre irmãos é uma prática exercida por todos os candidatos a serem Caçadores do Medo. — Há outros Caçadores? — perguntei.
— Milhões. — respondeu Will mais novo. — todos os Caçadores tiveram irmãos. — Tudo bem. Mas não estou entendendo, se Will sobreviveu, como ele não pode ser Caçador?
— Porque ele assassinou a própria irmã. — disse Will criança. — um assassino não é puro. E um Caçador precisa ser puro. — Por isso o primeiro Caçador insiste que os irmãos devem lutar. O que sobreviver, é o irmão impuro. O que morrer, é o irmão puro. — concluí.
— Exatamente. — disse Hallie criança. — Então eu terei que reviver? — perguntei.
— A escolha é sua. — disse Hallie mais velha. — pode escolher entre reviver e ser uma Caçadora, ou ir para o Céu e esperar que o próximo Caçador seja escolhido. — Hallie, antes de tomar sua decisão, — o Will mais velho se aproximou. — quero que saiba que não me orgulho de ter te matado. Esse Will que me tornei, eu tenho vergonha dele.
— Tudo bem. — eu disse. — já tomei minha decisão. — Qual é? — os quatro perguntaram.
— Vou voltar e me tornar uma Caçadora do Medo...
Abri os olhos.
Estava no meu apartamento em Portland, Oregon. Olhei em volta. Estava tudo branco, como se tivessem jogado um balde de tinta branca no meu apartamento. Até minhas roupas estavam brancas.
Desabotoei minha camisa e olhei para minha barriga. Perto do estômago havia uma cicatriz, bem grande.
Eu me lembro bem da espada que fez isso. E também me lembro de quem a empunhava.
William Sanders, meu irmão.
Abotoei minha camisa e sentei-me no sofá, apoiei a cabeça nas mãos e chorei. Chorei aos prantos. Dane-se se alguém ouvisse, dane-se se eu era uma adulta, com vinte e três anos e chorando como uma criancinha. Meu irmão havia me apunhalado pelas costas.
Alguém pôs a mão no meu ombro.
— Calma, não precisa chorar. — disse uma voz de criança.
Olhei para o lado e vi quatro pessoas. Dois adolescentes estavam sentados no sofá ao meu lado. Uma era uma garota de quinze anos numa blusa branca e calça jeans, seus cabelos lisos e negros caíam sobre seu ombro, ela era muito pálida, mas era linda. Ao seu lado havia um garoto um pouco mais velho, talvez uns dezessete anos. Seu cabelo era preto e ele era pálido como a garota, usava jeans e camisa branca como ela. Os dois eram tão parecidos, provavelmente irmãos.
Sentados no chão, havia duas crianças. Uma menina com sete anos e um menino com nove. A menina era pálida como a garota mais velha e seus cabelos longos eram da mesma cor que os da adolescente. Em vez de jeans e camiseta, usava uma saia e uma blusa, brancas.O menino era idêntico ao adolescente. O mesmo cabelo, a mesma pele, os mesmo olhos azuis. Usava calças de moletom e uma camisa dos Yankees. Brancas.
Então eu comecei ver a semelhança entre os quatro. Pareciam... fases.
— Vocês são... — comecei.
— Os passados seus e de Will? — completou a adolescente. — sim. Olá, Hallie.
Meu queixo caiu. Eu estava olhando para mim mesma com quinze e sete anos. E para Will, com dezessete e nove anos.
— Onde eu estou? Aqui é o céu? — perguntei. — Ainda não. Você está no Limbo. — disse o Will adolescente.
— Mas só depende de você se voltará para a Terra ou irá para o Céu. — disse a Hallie adolescente. — Como assim? — perguntei.
— Hallie, enquanto você lutava com Will, os dois foram deixando de serem puros. — explicou Hallie criança. — Um dos dois tinha que morrer, você se lembra disso, não? — Sim. E eu morri, então Will agora é um Caçador. — eu respondi.
— É aí que você se engana. — disse Will criança. — a figura do primeiro Caçador disse que um teria que morrer, mas não disse que o que sobrevivesse seria um Caçador. — Como assim? — minha cabeça girava.
— Um Caçador precisa ser puro. — disse Hallie adolescente. — a luta entre irmãos é uma prática exercida por todos os candidatos a serem Caçadores do Medo. — Há outros Caçadores? — perguntei.
— Milhões. — respondeu Will mais novo. — todos os Caçadores tiveram irmãos. — Tudo bem. Mas não estou entendendo, se Will sobreviveu, como ele não pode ser Caçador?
— Porque ele assassinou a própria irmã. — disse Will criança. — um assassino não é puro. E um Caçador precisa ser puro. — Por isso o primeiro Caçador insiste que os irmãos devem lutar. O que sobreviver, é o irmão impuro. O que morrer, é o irmão puro. — concluí.
— Exatamente. — disse Hallie criança. — Então eu terei que reviver? — perguntei.
— A escolha é sua. — disse Hallie mais velha. — pode escolher entre reviver e ser uma Caçadora, ou ir para o Céu e esperar que o próximo Caçador seja escolhido. — Hallie, antes de tomar sua decisão, — o Will mais velho se aproximou. — quero que saiba que não me orgulho de ter te matado. Esse Will que me tornei, eu tenho vergonha dele.
— Tudo bem. — eu disse. — já tomei minha decisão. — Qual é? — os quatro perguntaram.
— Vou voltar e me tornar uma Caçadora do Medo...
CONTINUA...
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