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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

PASSEIO



Meia noite e meia. Eu havia acabado de voltar de uma antiga floresta da cidade com meu cachorro Marmaduke, ele tinha um costume de sempre querer passear a noite, e como era meu tempo livre, por que não? Me sentei ao sofá retirei os sapatos e me estiquei um pouco para alcançar o controle da TV.


Estranhamente a TV ligou direto em um canal de documentários, ele informava que a milhares de anos uma floresta desta região antes fora uma aldeia indígena de povos passados que eram conhecidos pelos seus rituais de ressurreição e costumes bizarros. Por um momento pensei que poderia ser a floresta onde passeava com meu cachorro, parecia algo querendo me alertar sobre alguma coisa, mas nem liguei, afinal eu sempre fui cético quanto a essas coisas, não acreditava em nada sobrenatural, então desliguei a TV e fui dormir.

Quando cheguei novamente em casa, Marmaduke estava muito animado, pegava a coleira a sacudia como se nunca tivesse passeado antes! Ao chegar meia noite, nós dois saímos de casa e fomos para a direção da floresta como de costume. Quando estavamos mais ou menos no meio da trilha, um barulho alto e perturbador alcançou meus ouvidos me fazendo ficar meio zonzo. Meu cachorro pareceu se aproveitar disso, e se soltou da coleira, indo em direção ao barulho.

- Marmaduke! - Gritei com a esperança de que ele ouvisse e voltasse.

Não podia simplesmente ir embora, Marmaduke era minha família, eu tinha que traze-lo de volta!

Corri na direção que o cachorro foi e no meio do caminho ouvi um som terrível, era Marmaduke, latindo e chorando, em um tom de dor, um tom de dor tão intenso que apenas o choro dele era o suficiente para partir meu coração.

Liguei minha lanterna velha que eu sempre levava, me ajoelhei ao ver o que estava no chão. Marmaduke estava caído, com velas ao seu redor, ele estava cortado em todas as partes, com os membros apenas por um fio de cair, havia uma poça de sangue ao seu redor... Sem perceber eu já estava chorando, com as mãos no rosto, não consegui me conter, mesmo que eu sempre tivesse sido um Ateu extremo, naquele momento eu orei a Deus para que ele voltasse, eu não poderia viver sem ele... Eu ouvi alguns barulhos de algo se remexendo nos galhos, então eu olhei, e não consegui conter o sorriso no meu rosto... Lá estava Marmaduke, em pé novamente, não quis entender como ele conseguia andar com os músculos atrofiados, e nem porque os olhos deles estavam vermelhos, e muito menos o porque de ele estar rosnando. Apenas estava feliz porque ele havia voltado, e... Ele parecia sentir o mesmo, afinal... 


Ele havia pulado em mim, mostrando os dentes, como em um sorriso...

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