Algures, alhures, nenhures. (Pt. 2)
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- Anônimo
Alhures
Acordei em uma tenda no meio do nada, que legal, todo aquele trabalho para ser encontrada por um idiota metido a herói e dar uma descarga em todo o trajeto que percorri. Haviam bandagens por todo o meu corpo, me senti violada, acho que o contato (ou quase) com um ser vivo trouxe de volta minha humanidade.
Me parecia que aquele "ser" tinha saído, o que me pareceu uma boa chance de fugir sem deixar rastros, mas, como disse, minha humanidade voltou, e com ela, a dor, a fome e a sanidade. Tentei me levantar e saí da tenda para encontrar um deserto que parecia ser inabitado por qualquer alma sã. O barulho ensurdecedor do silêncio é mais perturbador do que dizem ser.
Apoiei-me no chão e olhei para baixo, para que, quando retornasse a minha vista para cima, desse de cara com quem me "salvou". Bem, era o que ele pensava. Me perguntou se me sentia bem, assenti com a cabeça, mesmo que não fosse verdade. Não perguntei qual era o seu nome, o que fazia ali, nem muito menos agradeci por ter-me salvado. Pode parecer rude agora, mas, acredite, se você estivesse em minha posição faria o mesmo. Perguntou-me onde eu estava indo, disse que não importava, que eu procurava algo que não podia ser encontrado.
Por um momento fiquei com pena, mas não liguei e saí andando novamente. Estava em outro lugar, e eu sabia que iria demorar para eu encontrar o que procurava.
Ela precisava de mim, quer dizer, eles não podiam fazer isso comigo. Dizendo-me que ela tinha ido embora, mas eu sei que não é verdade, e eu vou encontrá-la.
Viva ou morta.
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