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segunda-feira, 24 de março de 2014

Contos de Outono: Quando As Folhas Caírem


Era outono.

Muito tempo havia se passado desde que cheguei naquele hospital. Era primavera. O verão veio e se foi, e minha expectativa de vida anda muito baixa nesses últimos dias.

Eu estava morrendo. Não tenho certeza do quê, os médicos nunca me contaram, mas eu definitivamente estava morrendo.

Numa noite, escutei meu médico e minha enfermeira conversando.

"Ele não durará mais um dia sequer". Diziam eles. Ótimo. Agora tenho a confirmação de que realmente vou morrer.

Há muito tempo eu não conseguia me mexer. Não conseguia falar. Eu era alimentado por uma intravenosa. Só conseguia escutar. Eu ouvia o canto dos pássaros do lado de fora, os passos nos corredores, as respirações dos médicos e enfermeiras... Era bom, de certo modo, escutar as coisas.

Na noite em que o meu médico suspeitava que eu iria passar dessa para melhor, eu continuava a filosofar sobre minha vida tão curta. Eu tinha vinte e três anos, passei quase nove meses naquele hospital sem melhora nenhuma, vi a primavera e o verão passando diante dos meus olhos enquanto eu não tinha forças para me mover ou falar...

Do nada, uma enfermeira entrou no meu quarto. Uma enfermeira diferente das outras.

"Como está se sentindo?" ela perguntou. Sua voz parecia ecoar na minha cabeça, como se ela falasse por telepatia. Mas seus lábios se mexiam. Eu queria responder, mas não conseguia falar.

Ela sorriu. Sentou-se ao meu lado e continuou a me fazer perguntas, a falar comigo, a me animar, a contar histórias. Ela não parecia se importar com o fato de eu não responder, e só escutar. Quando o sol das cinco da manhã começou a despontar, ela sorriu e disse:

"Tenho que ir agora. Fique bem, senhor". Ela se levantou e saiu.

Virei meus olhos para a janela. As folhas amarelas e laranjas caíam das árvores maravilhosamente. Era lindo.

Depois disso, caí em um sono profundo.

Na manhã seguinte, quando acordei, meus médicos e enfermeiras me olhavam assustados. Juntei as sobrancelhas, o quê poderia estar errado?

- o que foi? - perguntei. Só então percebi. Eu estava falando. Eu estava me mexendo. Eu estava curado!

- senhor, o que aconteceu? - perguntou uma enfermeira.

- eu... não sei - respondi, olhando para minhas mãos. - só me lembro de ontem...

Então caiu a ficha. Aquela enfermeira do dia anterior havia me curado.

 - uma enfermeira ontem veio falar comigo. Depois disso, eu dormi. Acho que ela me curou. - disse.

- que enfermeira?

- alta, morena, de franja, olhos verdes, uns 20 e poucos anos.

Eles se entreolharam, assustados.

- senhor... - começou minha enfermeira chefe. - aquela moça...


Morreu há vinte anos atrás.

8 comentários:

  1. caralho, e eles lembram ainda de uma mulher que morreu a 20 anos atras? pqp tirando esse detalhe idiota a historia ta foda

    Anonimo X

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  2. fico foda a não ser final
    no final devia ser um demônio, e o cara descobre que descobrido que tinha vendido a alma.
    anonime;lokb

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    1. Aprende a escrever, depois vc opina u3u

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    2. Pessoal, o objetivo aqui não saber ou não escrever de forma correta e sim, o fato de apreciar a leitura. Por favor, quem somos nós para julgar?

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  3. cara que analfabeto esse lokb, explicação eu tava na aula de algoritmos :0

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    1. Pessoal, o objetivo aqui não saber ou não escrever de forma correta e sim, o fato de apreciar a leitura. Por favor, quem somos nós para julgar?

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  4. Não fique surpreso com o final, mas o desenvolvimento simples, sem ser vítima dos clichês, foi o ponto forte do conto. Nota: 8,0.

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