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segunda-feira, 12 de maio de 2014

11.7.11

[Tenha a certeza de ter lido "10.7.11" antes de ler este conto]



Após escrever em meu diário tentei dormir, mas não consegui. Minha cabeça cheia de pensamentos, meus pais, minha família, meus amigos... Todos estão mortos? A dor em meu peito, aquela vontade incontrolável de chorar, a minha garganta travando e meus dentes batendo de medo, aflição, uma dor indescritível. Deus, devo voltar para lá, procurar meus avós, meus amigos? 


A luz do sol começa a tomar conta da escuridão lentamente, e eu ainda acordado, sem mais lágrimas para escorrer dos meus olhos inchados e vermelhos. Mas finalmente me decidi; eu tenho de achar alguém.

Tomo a estrada novamente. Vou para a casa de um de meus amigos, Tomaz, nós costumávamos jogar RPG juntos, volta e meia íamos na casa um do outro ou saímos por aí. Estranhamente as estradas estavam todas vazias exceto pelas poças de sangue, carros e casas em chamas e mais um monte de coisas que meu cérebro na situação em que estava não conseguia perceber. Cheguei na casa do Tom. Parei o carro, deixei-o ligado, peguei uma pistola, saí e mantive a porta dele semi aberta. Caminhei até a porta da casa e toquei a campainha. Ninguém atendeu. "Tom, você tá aí?", falei alto e já fiquei atento ao meu redor. "Tom?". 

Então a porta se abre. Era o Tom, ele estava pálido, seu olhar no fundo, estampado em sua face uma expressão que eu nunca havia visto em nenhuma pessoa antes.

"Cara, você tá com uma cara péssima" - disse Tom. Nos encaramos por um segundo ou dois e depois nos abraçamos enquanto falávamos sem parar sobre os horrores que passamos. Então eu vi, mais atrás de Tom os corpos de seus pais e ao lado deles uma Katana, a que Tom comprara ano passado para enfeitar seu quarto.

"Ah meu Deus!".
"Eu não tive escolha Gabriel!"

"Calma" - eu disse entrando para dentro da casa e fechando a porta logo atrás de mim. Passamos pelos corpos que estavam na sala e fomos ao quarto de Tom. Lá ele me contou tudo o que aconteceu com ele e eu contei tudo o que houve comigo. Depois de muito discutir eu e ele decidimos que deveríamos ir atrás do resto de nossos amigos, já que o Tom só tinha os pais de família.

Ele estava muito abatido, então achei melhor sairmos o quanto antes daquela casa, para longe dos corpos de seus pais.

"Devemos enterrá-los?" - perguntei antes de sairmos da casa. Tom olhou para os corpos, lágrimas caíram de seu rosto e ele se ajoelhou sobre os cadáveres e depois olhou para mim, acenando com a cabeça. Depois de enterrar os corpo atrás da casa de Tom nós saímos para a rua, tudo ainda estava vazio e estranhamente silencioso.

"Tom, cadê todo mundo?"
"Eu não sei, depois do que fiz ao meu pai, depois de ver aquela cena eu... Eu desmaiei. Acordei com você me chamando".

- "Devemos dar uma olhada em algumas das casas vizinhas?" - Perguntou Tom.
- "Eu pensei nisso, mas veja bem, algumas dessas casas estão com os portões de garagem, portas e janelas abertas, e outra, se houvesse alguém aqui, provavelmente teria ou estaria nos vendo nesse exato momento, e, provavelmente, viria até nós, afinal, estaria tão desesperado quanto a gente. Agora pense: "Se não há ninguém que vem até nós, e se há alguém dentro dessas casas, provavelmente é um dos "Errantes" certo?

- "Nossa, você realmente pensa em tudo Gabriel, como pode um jogador de RPG que tem más notas na escola conseguir pensar dessa forma?"
- "Huh, eu sou um gênio burro, meu caro!"

Demos uma leve risada, quase que imperceptível e entramos no carro. É, então vamos nessa...


Nossa próxima parada seria na casa de Vitor (Vick), espero que tenhamos sorte. 

Depois de uns 20 minutos estávamos em frente a casa de Vick. No caminho que tomamos até aqui estava como todo o resto, vazio, exceto por alguns cadáveres que não ousamos descer do carro para olhar. Fiz o mesmo esquema que tinha feito ao ir na casa do Tom, por precaução e então fomos até a porta da casa do Vick. Ela estava aberta. 

Tom olhou para mim, ele segurava uma pistola na mão todo desajeitado, provavelmente eu também esteja assim, já que nunca segurei nenhuma em mãos, apesar de entender bem sobre o funcionamento dela devido a tantos jogos e  curiosidade. Tom então acenou e lentamente fomos entrando na casa. 

Chamamos baixinho por Vick, mas não houve resposta. A casa dele estava totalmente bagunçada, havia sangue por boa parte da sala indo ao corredor e saindo pela porta da edicula que também estava aberta. 

"Será que ele tá lá atrás no galpão?" - Peguntou Tom.
"Espero que esteja" - Respondi. 

As marcas de sangue seguiam até o galpão e a porta do mesmo estava com diversas marcas de sangue, além de estar apenas encostada, deixando uma fresta enorme. Eu espiei o que pude através dela, olhei para o Tom e fiz um sinal mostrando que eu iria entrar, e entrei. Tom veio logo atrás de mim e...

Algo me atingiu com força a cabeça fazendo com que eu perdesse a consciência... 

Este conto deve continuar? Comente...

Obs: Conto escrito por "Teixeira" do blog: http://diario-zumbi.blogspot.com.br/
Adaptado por: Rookurou. 

3 comentários:

  1. Gostei da estória. Tem que ter continuação. Tenho quase certeza de que foi o Tom que golpeou o Gabriel na cabeça ._.

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