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segunda-feira, 12 de maio de 2014

A Escolhida - 2ª Parte

Essa Creepypasta é uma sequência de "A Escolhida". Se você não leu e quer ler esta não irá entender merda nenhuma muita coisa, aqui está o link: (x)

"Lembranças da Morte."


Ri alto. Quem é o idiota tentando me assustar com aquele bilhete? Ah, qualé, realmente esperam que eu acredite que aquele bilhete era algo direto, que a própria morte escreveu? Que ingênuo!


A Sra. Green rabiscava raízes quadradas na lousa,  e para cada aluno que olhava diretamente para ela, ela perguntava qual era o resultado da raiz, e não deixava usar lápis e papel. Qualé, vamos lá, a raiz de 6561? Obviamente 81. 186855623824? Dã. 432268. Coisas tão fáceis como essa deveriam estar no primário, não no nono ano.

Soprei um fio de cabelo que caía no meu olho.

- essa aula é um saco. - eu disse para uma garota, Christina, que sentava na minha frente. - como se não soubessem que essas contas são fáceis demais.

- não são fáceis demais, Katherine. - argumentou Christina. Christina era o tipo clássico de patricinha. Nunca vi mais metida na vida. Loura, olhos azuis, só usa rosa. Se soubesse o quanto odeio esse tipo... - são difíceis pra caramba. Só porque você teve a sorte de ser aquele tipo de gênio que nasce apenas um a cada século, não significa que nós também somos.

- não sou um gênio que nasce apenas um a cada século. Sou inteligente. E vocês burros.

- Wiggin! - gritou a Sra. Green, batendo o livro na minha cabeça.

Não revide, pensei. Se acalme, conte. 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024, 2048, 4096...

- sim, Sra. Green?

- qual é a raiz de 2962861832399177822726484? - perguntou ela, achando que ia me pegar, infelizmente para ela, era uma raiz tão fácil quanto a de 6561.

Ela sempre fazia isso. Fazia uma pergunta a mim que sabia que nenhum aluno conseguiria, e por isso achava que eu também não, e aí poderia enfim tirar cinco pontos da minha matéria. Mas é claro que eu sempre sabia a resposta.

- 5443217643522. - respondi.

- sorte, Wiggin. Sorte. E de principiante, garota. - ela disse, com a cara amarrada. - raiz de 3,4119262154564933410267687988408e+63?

- 58411695878963258714289652347852. - respondi novamente.

- está afiada hoje, Wiggin. Qual a raiz de Pi? - ela deu sua última cartada.

- 9,8696044010893586188344909998762 e vai indo. - respondi novamente. Qualé, a raiz de Pi? Decorei no primário.

- ok, Wiggin, cadê a calculadora? - ela riu.

- que calculadora?

- não é possível você acertar a raiz de Pi tão rápido. Eu não consigo. Me dê a calculadora e não mando você para diretoria.

Não acredito que estava ouvindo aquilo. Me levantei e olhei para ela.

- primeiro, eu fiquei olhando diretamente para a senhora enquanto respondia, eu não poderia ter olhado para uma calculadora. Segundo - abri os braços e virei. - está vendo alguma coisa? Nada. E só porque a senhora é burra o suficiente para usar uma calculadora em raízes tão fáceis quanto essas, não significa que seus alunos também usam.

Ela arregalou os olhos.

- retire o que disse, Wiggin. - ela ordenou.

- se fosse mentira, eu até retiraria. Infelizmente, não é. - revidei.

Ela olhou para mim.

- vamos resolver isso no corredor, Katherine Lee Wiggin. - ih. Ela usou meu nome completo. Tô fodida.

Suspirei e segui com ela até fora da sala no corredor. Evitei olhar para ela. Quando me virei, me deparei com alguém que não tinha nada a ver com minha professora, era uma pessoa toda vestida de preto, que exalava névoa negra.

Continua...

Notas do Conto
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Como o conto anterior, este conto também foi baseado em fatos reais. Katherine Lee Wiggin, como sabem, é um pseudônimo para esconder a verdadeira identidade da garota, mas seus raciocínios matemáticos não. A verdadeira "Katherine" tem raciocínios lógicos e rápidos como a Katherine narrada neste conto. Os nomes Christina e sra. Green também são pseudônimos.

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