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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Breu

[Tenha a certeza de ter lido "Meia Noite" antes de ler este conto]


Mas é claro que, quando cheguei na casa de Todd, estava vazia.

Entrei, a casa estava tão silenciosa, nem mesmo o zumbido de um mosquito se fazia presente. O Whisky aberto em cima da mesa e o telefone fora do gancho. Em cima da mesa havia alguns papéis antigos, eu os folheei, mas não pude entender do que se tratava pois estavam muito danificados. A única coisa que pude entender é que algo foi ativado hoje, e que isso havia sido planejado há muito tempo, cerca de 10 anos atrás. Outra coisa visível na papelada toda era o uma escrita ao fim de cada folha dizendo: "Propriedade das Industrias A.G.".

Percebi que se eu quisesse novamente respostas teria de encontrar Rockwell. 

Peguei o que precisava da casa e saí, apenas para me deparar com aquelas criaturas lá fora. Elas estavam por toda a parte, mas pareciam diferentes agora, eles pareciam mais sólidos, a tal ponto que a substância negra que lhes cobria parecia breu. No entanto, eles não podiam me ver. Tudo estava estranhamente em paz, os tremores de antes pararam, o silêncio tomando conta de tudo. 

Eu caminhei para fora, as criaturas fazendo seus movimentos sem ao menos me perceber, eu acidentalmente esbarrei em uma delas, mas ela nem se quer pestanejou. Depois de algum tempo, as criaturas pareciam desaparecer, até que eu me tornei, novamente, a única pessoa na rua. Eu continuei andando. No caminho para a cidade encontrei alguns dos pessoais de Rockwell. Eles estavam amontoados no meio da rua, uns rasgados, outros inexplicavelmente intactos, mas todos mortos. Eu não podia dizer com certeza se tudo aquilo era obra daquelas criaturas, afinal, não havia nem sequer uma delas, nem ao menos um pedaço para que eu pudesse confirmar essa hipótese. 

Então, minha atenção se voltou para aquela pilha de cadáveres. 

No meio de todos eles havia uma mulher de jaleco. Eu empurrei os corpos de cima e puxei o dela para longe daquela pilha de horrores. Olhei para seu rosto, aparentemente ela se suicidou. Em seu jaleco estava bordado seu nome, Dr. Sarah Meissner. "Eu acho que reconheço esse nome" - pensei. Imediatamente minha cabeça começou a doer enquanto minha mente se esforçava para tentar lembrar o que foi esquecido. Outra vez meu corpo foi ao chão e eu perdi a consciência. 

"Tudo vai ficar bem, apenas faça o que eu lhe disse e tudo funcionará perfeitamente". 

Era a voz de Sarah Meissner . 

Calma e gentil. Ela deve ter sido usada para falar com as crianças. Eu estava num laboratório em algum lugar, usando algum tipo de traje de proteção. Ao meu redor estavam Derrick Todd, Rockwell, e algumas outras pessoas que eu não conhecia. Todas as pessoas na sala, exceto Rockwell, estavam trabalhando furiosamente, analisando leituras, imputando dados em grandes máquinas . 

"Hey, escuta" - a voz de Sarah me fez virar as costas - você pode ver coisas que se parecem com pessoas, mas elas não são. Você já viu uma antes, quando estava com seu Pai, você n-

"Sarah, de pressa! Essa estrutura não vai aguentar por muito tempo!" - Alguém do outro lado da sala gritou para Sarah que assentiu com a cabeça.

Ela me deu um dispositivo pequeno e me disse para ir o mais longe possível. Eu balancei a cabeça e olhei para o resto dos cientistas, nenhum deles olhou para mim. Alguns até desviaram o olhar. Sarah tinha lágrimas em seus olhos que ela rapidamente enxugou com o braço. Eu percebi que ninguém queria isso. Exceto Rockwell que, enquanto Sarah me levava para um buraco negro na parede, sorria.

Acordei aos vômitos. Me perguntei se eu tinha acabado de vomitar sangue, mas estava escuro demais para ver. Então percebi que não estava mais naquele mundo banhado em vermelho. Quando olhei para o céu era de um azul escuro. Olhei para o relógio, 00:01. A meia-noite tinha acabado. Ainda não havia ninguém nas ruas, mas os corpos daquelas pessoas já não estavam mais ali. Comecei a me perguntar se eu tinha sonhado a coisa toda, mas me recusei a acreditar nisso. Me levantei e fiz meu caminho pelas ruas. 

Depois de alguns minutos de caminhada, ouvi sirenes. A polícia estava estacionada do lado de fora de um prédio vizinho, algemando um homem, dizendo-lhe que estavam o ajudando, mas que ele precisava ir com eles. O homem estava totalmente branco, suor escorrendo pelo rosto. Gritando, o levaram. Levaram? Foi então que percebi. Ele era um Seeker e já não estava mais com o seu Objeto.

Eu ainda estava indo atrás de Rockwell, estava indo em direção àquele Hospital em que ele me levou há algum tempo. Durante meu percurso até lá não vi nada fora do comum, nem mesmo uma gota daquele líquido preto estranho. Finalmente cheguei. Eu entrei pela porta principal, caminhei em direção à recepção. 

Eu gostaria de ver alguém que se chama: "O Seeker dos Portadores". 

A recepcionista me disse que estavam todos ocupados essa noite, caminhou até o elevador e pediu que eu entrasse. Dentro do elevador havia apenas dois botões, um para o Hospital, e outro para o Laboratório, esse precisava de uma chave, mas, felizmente, uma fora deixada dentro do buraco da fechadura. Girei e apertei o botão. A porta se fechou deixando a recepcionista para o lado de fora e, em seguida, o elevador começou a se mover. 

Poucos minutos depois, a porta se abriu. O lugar parecia um escritório corporativo. Na parede estava escrito: Indústrias A.G. Lab do Oriente. Sabendo disso, cheguei à conclusão de que havia muito mais desses lugares em todo o mundo. Mas o lugar estava vazio. Ninguém na recepção, os corredores levavam a salas vazias, até mesmo os quartos de lazer estavam vazios. No entanto, o lugar era um labirinto, e eu vaguei por um bom tempo até encontrar um balcão de informações.

Eu chequei o mapa que havia naquele balcão. "Laboratório Principal?". Decidida, peguei o corredor que me levaria para lá, haviam diversas portas com símbolos de materiais perigosos em toda a extensão daquele corredor. De acordo com o mapa, cada um desses quartos se ramifica para outras seções do laboratório. Eu não poderia dizer o quão grande o edifício é. 

No fim do corredor havia outro elevador. Havia apenas dois botões: "Subir e Descer". O elevador já estava em cima, então o único botão que restava era o "Descer". Desta vez demorou até que finalmente o elevador chegasse lá embaixo. Assim que a porta se abriu eu reconheci, estava de volta naquele laboratório. Ele tinha mudado um pouco de como era na minha memória, mas ainda assim era o mesmo quarto, e, assim como antes, no meio da parede oposta havia um grande buraco negro que leva a nada. 

E dele surgiu uma silhueta. Era Derrick Todd. 

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele puxou um revólver e o apontou para mim.

[A história continua em: Vingt-et-un]

7 comentários:

  1. Respostas
    1. Eu vou ver se o Rookurou está traduzindo o Portador dos Portadores, ele é o portador 540, mas como ele é citado na história acho que seria bom traduzir, talvez ajude a entender. Caso ele não esteja traduzindo, vou ver se traduzo.

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    2. Portador dos Candidatos, quero dizer.

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  2. Não vão mais postar essa série? Ela é muito boa e tá me ajudando muito a entender sobre os Portadores,os Objetos e os Seekers
    Continuem postando \o/

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  3. Existe continuação dessa serie? pf coloquem o link aqui dele completo em ingles mermo.
    e continuem traduzindo pleas

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    1. Sim amigo, a série possui continuacão, porém as traduções foram pausadas devido a spoillers que essa própria serie apresentava para o conto principal do The Holders Series. No entanto, peço que aguarde só mais um pouco. Surpresas e novidades virão. Isso inclui a retomada das tradições desta e de outras series relacionadas ao The Holders.

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