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domingo, 28 de dezembro de 2014

Escuridão

Não sabia ao certo por quanto tempo havia permanecido apagada. Mas sentia uma estranha e leve corrente passar por toda a minha pele. Aquecendo e deixando o suor escorrer por meu corpo. E minha visão não mostrava nenhuma sensação ou nitidez do que estava ao redor, tudo estava estranho e distorcido. Minha vista estava turva e ao longe se via uma porta de madeira que parecia marcada com algo escuro e negro que parecia escorrer pela porta e suja o corredor. Agora, aos poucos podia sentir meus sentidos voltando para mim. E então percebi o qual era ruim o lugar. 

O quarto estava revirado, e havia várias roupas e panos pelo chão. A tinta descamava das paredes e caía devagar no chão , as luzes estavam quebradas, junto com o vidro das janela que estava manchado com uma tinta negra e cheio de marcas de dedos.

E pra pior em si era o local, estava coberto pelo cheiro que parecia se soltar e se fundir com as paredes, tinha um odor metálico e que enchia o ar com um odor azedo, e esse preenchia o quarto me trazendo as piores idéias a minha mente. O que mais me assustava era eu estar acordada ali, mas por alguma razão não podia sentir minhas pernas ou qualquer parte de meu corpo. Somente uma pergunta que me mantia acordada.

Como eu havia chegado ali? 
Onde eu estava?

Foi então que ouvi o leve estalar atrás de mim, como o som de algo se quebrando ou se partindo, e aquilo no primeiro instante fez com que minha consciência despertasse e com que meu coração batesse mais rápido em meu peito. Tinha algo a mais comigo naquele quarto, e isso me perturbava demais.

- Tem alguém ai ?

- Olha quem acordou… estava cansado de esperar você despertar. - disse a voz estranha e distorcida, que a principio permanecia calma e tranquila. - Estou a duas horas esperando você acordar, bela adormecida. Tive que sair pra me distrair enquanto você dormia, e isso me fez gastar meu tempo há mais com outro brinquedo.

- Quem é você? Onde estou ? Por que me trouxe até aqui ?

- Relaxa garota. Você está no meu parque de diversões, e pra que eu pudesse brincar tranquilamente aqui, precisei de uma boneca, mas infelizmente você e daquelas bonecas que se quebram. 

Ao ouvi aquelas palavras frias e sarcásticas que pareciam encher meus ouvidos, arranhava minha pele e preenchia minha alma. E agora sobre a luz da lua que aos poucos enchia a janela, se via uma máscara que estava parcialmente quebrada e abaixo dela uma face que sorria para mim. Seus olhos eram de um castanho que chegava a ser avermelhado, que dava um ar selvagem, sujo e bizarro para aquilo que estava ali, seu sorriso jazia manchado de vermelho vivo que escorria pelo pescoço e cobria a blusa branca, ensopando-a. Seu sorriso branco tinha dente perfeitos, mas que carregava um par de caninos altos. 

- O que houve bonequinha? Parece que viu um fantasma... posso te dar duas escolhas. Você pode ver ou ficar na escuridão.

Parecia que tudo ao redor era comandado por aquela criatura com a máscara, pois na simples menção de escuridão até mesmo a luz da lua havia ido embora.

- Por favor, tenha piedade! 

- Eu tenho, bonequinha. Então luz ou escuridão? 

- Luz.

- Escolha errada. - disse com um sorriso no rosto.

Quando as luzes se acenderam, percebi meu erro. Tudo tinha sido como um sinal antes, o cheiro, as manchas e até o barulho, e eu nem ao menos tinha entendido. O quarto estava sujo de sangue por todos os lados e o cheiro azedo que enchia o ar era o sangue, que se destacava por o quarto e o que eu achava que eram pedaços de panos e roupas no chão, eram na verdade partes de corpos que estavam espalhando por todo o quarto. Os lençóis estavam sujos, as paredes marcadas por mãos que deviam estar suja com sangue e pó negro e tinha um enorme desenho de asas que pareciam ser feita com sangue e um pó negro, que eu deduzia ser grafite. Se não fosse tão horrendo, seria lindo. Em cima da cama tinha um corpo de uma mulher que me parecia ser uma desconhecida por que eu nunca a tinha visto em meu bairro. Seu rosto estava desfigurado e tinha marcas de unhas e linhas de faca por seus braços e pernas, e ao olhar em frente vi um espelho, e logo atrás de mim lá estava novamente, aquela criatura sorria como se gostasse daquilo tudo que se via em nossa frente.

- Você vê minha arte? Ela não é linda… agora você é parte dela. 

Diante do espelho, me vi sem minhas pernas, parte de meu rosto estava entalhando com um corte irregular que ia de minha orelha até a bochecha por todo lado esquerdo. O sorriso daquele ser encheu minha mente e nem ao menos pude reagir ou mesmo gritar . E assim foi a última coisa que vi antes da pequena lâmina negra se movesse pelo meu pescoço.

E enfim a luz se apagou. 
Ele estava certo. 
Eu devia ter escolhido a escuridão.

Olá galera aqui é a Dayane, uma novata acolhida pelo LPSA. Passei somente para apresentar me a vocês...

Então nós veremos em breve... 

4 comentários:

  1. Bem-vinda Dayane !!! Gostei bastante do conto, parabéns.

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  2. que estória hein, Day! agora que li! ^^

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  3. Obrigada pela recepção pessoal, fico feliz que tenham gostado. Em breve sairá a série dele...
    ;)

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