- Agora deixa comigo. - Kevin respondeu.

Quando Jason chegou no carro, se deparou com algo que surpreendeu inclusive ele. Não havia um humano no carro. Mas cinco, exatamente. Ele sabia que estava perseguindo somente um, mas não faria diferença ter que matar mais. Ele não se importava. Afinal, as pessoas são todas iguais: Máquinas de fazer sexo que não se preocupam com os outros.

Porém, na primeira tentativa de cortar a cabeça de um deles, que estava sentado no banco da frente, o humano se contorceu de forma estranha, e começou a rir enlouquecidamente.

Jason tentou novamente, sem sucesso, uma, duas, três vezes. 

E a surpresa deu lugar a raiva.

Enquanto ele ficava tentando acertar aqueles seres dentro do automóvel, Vagner e Kevin estavam à uma boa distância de lá, chegando na floresta que existia no limite da cidade.

Quando Vagner passou por elas, lembrou que sempre avisava sua filha, quando menor, que ela podia brincar na rua, desde que não se afastasse muito de casa e viesse à floresta. Ele dizia que havia monstros lá, e isso geralmente a assustava. Pensando nisso agora, Vagner sentiu uma tristeza percorrer seu corpo, e um calafrio também.

- O que foi aquilo? - Vagner disse para Kevin, afastando seus pensamentos.

- Uma das coisas que posso fazer com alguns espíritos. Funciona bem com os criados pelos humanos.

Depois de um curto período de silêncio, Vagner disse:

- Onde estamos indo?

- Agora? Só fugindo eu acho...

Vagner então parou pra pensar, e percebeu que ele não tinha noção de onde procurar sua esposa. E já havia presenciado tanta coisa sem nem sair da cidade, que suas pernas ficaram bambas de repente, e ele teve que se recostar numa árvore.

- O que houve? - Disse Kevin.

- Nada não. É só que...

Kevin então pulou sobre ele e fez um gesto de silêncio. Era desconfortável ter aquele espírito, ou seja lá o que fosse, em cima dele, mas Vagner fez silêncio.

Não muito longe, um uivo longo e agudo percorreu a mata. Depois, podia-se ouvir algo correndo e passando pelos arbustos da mata.

Após um tempo, Kevin saiu, meio que flutuando, de cima de Vagner.

- Um lobisomem. Não estamos seguros aqui. - Kevin disse.

- Nunca estamos... - Falou, desanimado, Vagner.

- Você terá que persistir. E, bem, alguns lugares são protegidos. Contra espíritos.

- Lugares?

Kevin olhou para ele, e Vagner não soube disser o que se passava na sua expressão.

- Está na hora de visitar a Bruxa do Leste. 

Revisado por: Rogers