A cabeça da  funcionária do caixa é completamente destruída de um lado, sangue escorre de seu olho e orelha direitos. Provavelmente um acidente de carro. Eu desvio o olhar para o chão enquanto sinto uma ânsia de vômito chegando.

  Após eu pagar, ela me entrega o troco em uma mão tão dilacerada que me surpreende ainda ser capaz de segurar qualquer coisa. Agradecendo, eu pego minhas sacolas e caminho em direção à saída. Imediatamente eu vejo um homem folheando revistas na fachada do mercado. A pele em seu rosto e mãos tem a consistência de um cachorro-quente que caiu em uma fogueira. Vítima de queimadura.

  Eu viro para o outro lado e vejo uma mulher com um grande hematoma arroxeado contornando todo o seu pescoço, seus olhos arregalados e injetados de sangue. Morte por enforcamento. Eu corro até a porta o mais rápido possível.

  Em meu carro, eu finalmente respiro fundo enquanto inclino minha testa no volante. Eventualmente eu ergo a cabeça e vejo meu reflexo familiar no para-brisa: minha cabeça tem um buraco enorme, ensanguentado e vazando pedaços de cérebro na parte de trás, perto da região da nuca. Um tiro fatal. Suspiro enquanto tento me lembrar do por que diabos eu um dia desejei poder ver a maneira como as pessoas morrerão.