Elisa berrava de pavor. Vagner ficou atônito. O que estava acontecendo?

Sua esposa estava deitada, em uma pedra fria, nua, e sem poder enxergar. Um homem misterioso estava na frente deles. E ele estava ai, mais uma vez petrificado.

Então ele pensou em dizer algo. Entretanto o homem corcunda e de feições caricatas fez um sinal com as mãos, e jogou Vagner de encontro à parede do altar.

Vagner levantou-se e partiu para cima do homem. O derrubou e bateu em seu rosto até sua mão doer. Então ele levantou, e foi ao lado da sua mulher, que agora havia se acocorado e estava desesperada.

- Elisa sou eu. Calma amor!

- Vagner? Querido?! Ah... Vagner... Eu... Eu não consigo enxergar. O que aconteceu com meus olhos?

Vagner não queria responder naquele momento. Ela não precisava da resposta agora, ele pensou.

- Elisa, vamos sair daqui primeiro... Estive te procurando por um bom tempo.

- Ah Vagner... Meus olhos...

Mesmo sem enxergar, ela abraçou ele forte e colocou sua cabeça no peito dele. Ela estava gelada e tremia de frio agora. O desespero tomava conta das suas feições.

Vagner se aproximou e deu-lhe um pequeno beijo.

E isso selou o sacrifício. No mesmo instante Elisa foi tomada por uma força estranha, que a fez levitar e ficar em formato de cruz acima do altar.

O homem-pinguim que havia levantado  alguns minutos antes, agora ria furiosamente, numa mistura de dor e triunfo.

Vagner ficou perdido novamente.

- Até que enfim serei reconhecido pelos outros. - O homem corcunda berrava a esmo. - Serei conhecido como aquele que conseguiu completar o ritual dos Mundos Entrepostos pela primeira vez!

Vagner olhou para ele.

- Ponha minha mulher de volta no chão!

- Uma vez feito não pode ser desfeito.

- Vagner, socorro! - Elisa gemia.

Vagner fez menção de ir para cima do bruxo exilado, mas algo o interrompeu, Um grito de agonia, de dor aguda e extrema veio da sua esposa.

Vagner olhou apavorado para ela, que gritava e fazia caretas com a boca.

Mas não foi o único. O bruxo levou as mãos a cabeça e caiu de joelhos:

- Não! O que foi que eu fiz errado??

- O que você fez?!

- Eu fiz tudo certinho. O altar de pedra. A espera do amante. A retirada dos olhos... Tudo... Tudo da forma como era para ser feito...

Ele estava consternado. Elisa continuava gritando muito.

- Faça isso parar!! Está matando ela!!

- Não posso. Não há como parar o ritual. Droga, mais uma tentativa falha...

De repente, Elisa gritou novamente e começou a inchar levemente. Primeiro, pareceu que ela havia comido mais no jantar. Depois que ela havia engravidado. E por último ela parecia estar sofrendo de algum tipo de alergia a abelhas.

Ela virou a cabeça o máximo que pode na direção da voz de Vagner, que gritava desesperado.

Ela falou alguma coisa que não foi possível escutar.

Então Elisa explodiu.

Sangue e órgãos espalharam-se pelo local. Vagner caiu de joelhos, com os olhos arregalados, sem saber o que fazer.

O círculo de fogo se dissipara, e o bruxo estava tentando sair do local.

Entretanto deparou-se com Kevin, que o matou sem fazer muito esforço.

Após isso, ele foi rapidamente ao encontro de Vagner.

Ele se encontrava quase catatônico.

- Perdi minha família inteira em questão de dias. Tudo se foi, tudo mudou depois que comecei essa loucura. Eu não quero mais isso.

- Você não precisa desistir.

- Mas eu quero! - Vagner levantou-se, chorando de raiva e tristeza. - Eu perdi tudo! Da maneira mais brutal que alguém pode ter. Se eu não consigo salvar quem eu amo e só assisto eles desaparecerem na minha frente, quero deixar de existir!

- Então é assim? Você simplesmente desiste? Não vai querer justiça? Nem ao menos destruir quem começou tudo isso?

Vagner olhou intrigado para ele.

- Você sem lembra da encomenda que recebeu na época que tudo isso começou?

Vagner lembrou e sentiu algo que ainda não havia sentido.

Desejo de vingança.

Kevin viu a determinação voltar levemente nos olhos de Vagner. Ele precisava agora ter mais confiança.

E foi nesse momento que finalmente a história começou.

Revisado por: Rogers

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