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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Ponto de Vista


O lugar era escuro, sujo, totalmente acabado.

Mas agora que eu estava ali, não podia mais voltar.

Eu sei. Devia ter feito diferente as coisas. Agora elas simplesmente estavam feitas, e eu não estava satisfeito com aquilo. Quem estaria?

Meu coração pulsava sempre que via um deles. Fervilhava uma emoção dentro de mim. As vezes eles só apareciam rapidamente, outras vezes eu tinha tempo para vê-los... tocá-los...

Não sei muito bem o que acontecia. Só sei que acontecia. E tudo aquilo era terrível.

Mas como eu dizia, eu havia acabado de sair do milharal. Não sabia direito onde eu estava. Estava seguindo um deles e agora estou aqui, olhando para onde ele entrou. Num galpão de madeira. Olhei ao redor, era noite.

Entrei.

Meus pés sujos de terra molhada contribuíam para a sujeira do local. Olhei ao redor e tudo estava estranhamente quieto. Eu andava normalmente, mas meus passos ecoavam por todo o galpão.

O ar ficou pesado. Algo iria acontecer ali. Eu sentia...não, eu previa isso.

Andei em meio as prateleiras cheias de feno, mas nada encontrei. Os animais estavam acordados e agitados, o que seria estranho naquela hora da madrugada, se não estivessem assustados como agora.

Então, finalmente parei pra ouvir. Sim, apesar dos relinchos, dos cacarejos, dos barulhos de batida em madeira feito pelos animais, ainda conseguia ouvir um deles. 

Estava baixinho, quase inaudível, mas eu me acostumei a ouví-los antes, portanto, os conseguia ouvir agora. 

De olhos fechados fui andando pelo galpão. O barulho dele estava ficando mais alto... mais alto... estava BEM alto para mim. E então começou a ficar mais baixo no momento que comecei a ir por outro caminho. 

Vagarosamente, voltei onde o barulho ainda era mais alto. E lá havia uma porta.

A abri rapidamente, tentando evitar minha ansiedade. 

E lá estava. Mais um deles. Mais um entre tantos. 

Deitado no chão, o ser olhava pra mim. Ele falou alguma coisa, mas dessa vez eu não queria escutar.

Só queria ouvir o som do meu machado rompendo o crânio dela.


Revisado por: Rogers

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