Em qualquer cidade, em qualquer país, vá a qualquer concerto ou salão de música que você puder entrar. Uma vez dentro, procure o guarda e peça para ver "O Portador do Etéreo". Ele vai piscar muitas vezes, como se estivesse incerto se o que você perguntou foi real. Pergunte á ele novamente, então ele cairá em si. Se ele continuar a encarar e piscar, você poderá querer fechar seus olhos e manter seus ouvidos fechados antes de testemunhar suas entranhas serem mastigadas por demônios famintos do inferno. No entanto, se ele sacudir a cabeça e virar para ir embora, siga em frente e deixe-o ir, pois isso significa que seu pedido foi concedido. 

Neste ponto, tudo o que você pode fazer é esperar. Você perceberá que a sala vai escurecer muito, muito lentamente, mas você não terá certeza até que algum tempo tenha se passado. Quando isso estiver acontecendo, sons fracos, quase inaudíveis de música começarão a serem reproduzidos. Esses sons irão ficar cada vez mais altos, muito, muito lentamente. No entanto, Não se esforce para ouvi-los, por que isso fará com que desapareçam e seus ouvidos serão arrancados de sua cabeça. Você deve tratá-los como um ruído e nada mais, mesmo que eles sejam a música mais bonita que você já tenha ouvido.

Logo, um baixo coro irá surgir para se juntar com a música. As letras que estas vozes cantam são as maiores violações de alguém que você nunca vai encontrar em sua vida, mas como à canção, você não deve se concentrar nelas. Em despedaçantes-belas melodias, elas vão cantar sobre cada assassinato, cada conto de amor falso e interrompido que o mundo se quer conheceu. Se você se focar por pelo menos um segundo em qualquer uma das letras que estão sendo cantadas, você irá encontrar a miséria naquela letra uma centena de vezes até o dia que você morrer ou ficar louco.

Depois do que parece ser um tempo muito longo, o som vai lentamente se dispersar, mas as luzes vão continuar a baixar mais até que tudo esteja como um breu com a exceção de um lugar á muitos pés de distância, habitado pelas sombras da pouca iluminação. Não olhe muito para ela, pois você pode enlouquecer a partir dos olhares das criaturas ali à espreita. Alguns momentos irão passar, e logo uma figura vestida em trajes formais aparecerá em pé neste local, segurando ao seu lado um velho e apodrecido violoncelo, tão alto quanto ele. Ele vai sentar em uma cadeira oxidada que gradualmente ganha forma entre as sombras também. Ele vai sentar pronto para tocar, mas não o fará até você perguntá-lo:"Porque eles cantam?" Ele vai sorrir um sorriso doentio e em vez disso perguntará a você, "o que você achou da minha música?".

Quando ele te perguntar isso, você deve responder com, "eu não vim para ouvir velhas belezas". Ele vai suspirar e começar a tocar outra música, desta vez de uma só vez, ligeira e pesada, lunática e comovente. Faça o que quiser, você não pode ouvir ao som que ele está tocando, pois tudo irá desaparecer num piscar de olhos e você se encontrará na frente do próprio Satanás, ouvindo aos seus gemidos ensurdecedores pela eternidade. Ele irá falar devagar, mas finalmente, sobre por que eles cantam, sobre suas tentativas e lutos com a música. Ele irá te dizer como a música é a única coisa capaz de acalmar sua sede de sangue e raiva, mesmo que eles estejam condenados a cantar as coisas mais horríveis que se possa imaginar.

Uma vez que ele acabou de falar, a música dele deverá parar também. Caso contrário, sua morte será rápida e indolor pelas mãos dele e você se juntará ao seu coro para sempre. Caso ela pare, ele irá levantar e largar o violoncelo, então irá virar para você e curvar-se. Ele irá então, sumir dentro do nada, como se nunca esteve realmente lá para começar.  O violoncelo que ele deixou para trás é seu para guardar.

O violoncelo é o Objeto 166 de 538.

"Tocá-lo irá acalmar as profundezas de sua alma, mas a cada vez que você tocar, fará com que o coro de antes se levante mais alto e mais numeroso outra vez. E assim, eles não irão só ficar mais alto e numerosos com o passar do tempo, mas quanto mais você toca, mais perto você chega de se juntar a eles..."