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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Horror Real




Sabes de alguma história de horror real? Não apenas relatos ou lendas sobre lugares que realmente existiram... Sabes de algo escondido por toda a mídia, mas que, ao procurar com cuidado, pode lhe deixar totalmente horrorizado acerca das verdades do mundo?

É bom que saibas que histórias de horror acontecem todos os dias. Aliás, agora seria um momento bastante propicio pra isso. Queria lhes mostrar sobre crueldades mais do que obscuras de um passado triste da medicina, quando o escocês Robert Linston era um dos melhores cirurgiões do mundo.

O ano é 1842 e a cidade é Londres, a realidade é completamente distorcida do que conhecemos hoje e uma cirurgia das mais básicas, como de uma fratura exposta, esta por si só significava uma dolorosa e temível cirurgia e lhe dava o aval de que muito provavelmente haveria uma amputação, uma infecção, uma gangrena e uma morte. Sem anestesia, aquela era a pior dor pela qual provavelmente você passaria em toda a sua vida. E eu lhes confirmo, tal fato aconteceu comigo.

Estava com dezenove anos na época, quebrei a fíbula numa brincadeira de mal gosto de alguns universitários. Cursava medicina na London University College e já conhecia boa parte dos procedimentos realizados pelo Dr. Linston. A fratura estava exposta, perfurando todos os tecidos da minha panturrilha, optei por não amputar a perna já que isso diminuía minhas chances de vida para 25%, Dr. Linston sugeriu a operação urgente. 
 
Fui levado ao centro cirúrgico, ao lado do necrotério do hospital universitário, lamparinas a gás eram a única iluminação que a "maca" recebia. Maca... heh, maca que era apenas uma minúscula mesa de pinho cheia de manchas de sangue e algumas delas eram de pacientes que contemplaram a mesa de cirurgia há poucas horas. Um dos auxiliares me deu um psicotrópico, um pouco de álcool e enfiou bruscamente uma ripa de madeira na minha boca, avisando que eu deveria morder. Outro auxiliar amarrou a minha perna boa na mesinha rude de madeira e outros dois seguraram meus ombros com força, deitando-me. O mesmo cara que amarrou minha perna boa agora estava segurando a perna ensanguentada, a dor estava passando aos poucos e eu estava ficando cada vez mais calmo.

Linston já tinha em mãos seu bisturi nada esterilizado e em um movimento rapidíssimo, porém doloroso, cortou-me a músculo da coxa. Urrei de dor e pavor, jamais havia visto tamanha quantidade de sangue, jamais havia sentido tamanha dor. Utilizando um torniquete, um dos assistentes tenta reduzir o sangue que já estava a pintando de escarlate a mesinha, minhas roupas e até o chão empoeirado da sala. Sem luvas ou qualquer proteção, o assistente enfiou seus dedos imundos no meu corte e puxou pra baixo a massa densa de pele, músculos e tecido adiposo, deixando a fíbula e a tíbia completamente expostos. 
 
Havia me enganado quanto a dor anterior, essa sim foi a pior dor da minha vida, paliativos e álcool simplesmente não foram úteis. Com uma serrinha meio torta, o Dr. Atrocidades brincava de vai e vem com a serra, atingindo o resto de osso que ainda estava na minha perna. A poça de sangue só aumentava e, percebendo isso, um dos auxiliares de Linston já alcançava agulha e linha pra fechar novamente o ferimento bizarro que estava na minha perna. Linston recolocara o osso e o restante de músculo no lugar e o auxiliar ia fechando porcamente o corte. Desde o primeiro corte até o final da cirurgia só haviam passado 30 segundos. Também pudera! Se durasse pouco mais que isso, perderia tanto sangue que meu último minuto de vida seria muito bem aproveitado numa mesa de pinho.

Mas permaneci vivo, me formei em medicina pela London University e decidi me tornar um bom e renomado cirurgião. Sempre fui uma ótima pessoa, assim como Dr. Linston e seus auxiliares. Durante meus últimos períodos do curso de Medicina, acompanhei Linston em diversas cirurgias, sempre era eu o encarregado por causar a maior dor nos pacientes. 
 
Foram tempos difíceis, me sentia extremamente desconfortável por causar dor em pessoas cujas faces eu jamais veria, mas certo dia algo me despertou. Na mesa de cirurgia, a qual eu seria o cirurgião chefe, estava um homem com uma fratura exposta na fíbula, meus residentes já sabiam os procedimentos necessários. Conhecia aquele homem à tempos. Era meu pai, aquele que havia molestado minha irmã na minha frente diversas vezes, e anos depois havia desaparecido. Ele me reconheceu e nele realizei uma cirurgia que durou 30 segundos. Exatamente como a minha, ele sentiu exatamente a mesma dor que senti, no mesmo local, da mesma forma, apenas por mãos diferentes. Pelas minhas mãos.

Soube que ele não resistiu à fase pós operatória e adquiriu uma gangrena terrível que o fez amputar a perna com outro cirurgião de Londres, morrendo logo depois. A partir desse dia, decidi que todos os rostos sem identidade que passasem pela minha mesa de cirurgia precisariam passar por essa dor, precisavam contrair doenças de minhas mãos sujas e perceberem o quanto a vida era preciosa. Se morressem, teria sido feita a vontade de Deus. Se vivessem, viveriam a réplica do inferno em terra.

Pouco tempo depois, o picador de gelo passou a ser meu maior amigo. Era com ele que eu fazia lobotomias, enfiando-o no globo ocular dos pacientes. Uma cirurgia rápida, porém extremamente dolorosa que levava a loucura os pacientes mais normais e matava aquele que a sanidade já havia os deixado. Durante 30 anos, matei inocentes, estupradores, veteranos de guerra, assassinos, futuros médicos, advogados e físicos. Matei gente inocente e gente que populou o inferno.
Escrito por: Marina D. Cravo.

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