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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Bom Dia

Olá, meu nome é Agnes, mas pode me chamar de Forasteira (Foras para os íntimos). Sou a mais nova integrante do readiscreepy. Vou postar toda segunda-feira, então podem esperar algo novo toda semana. Espero que gostem de mim e meus textos =D



“Triiiiiim, triiiiiiiim” – aquele maldito e irritante telefone tocava, não atendi. 


Soaram como gritos de desespero naquele momento, mesmo que não fossem. Descobri, aos dezesseis anos, o que é ter ressaca. Levantei-me, cambaleando, e abri a porta do banheiro ouvindo o ranger da maçaneta enquanto eu a girava.


Lavei o rosto e quase me afoguei com a água da pia, me olhei no espelho, ou pelo menos tentei, e percebi o quão acabada estava... Olhos fundos, um chupão no pescoço – do qual nem me lembro – e a roupa de ontem.

Tirei as peças de roupa que me sobraram e joguei-as no cesto ao lado do lixo. Fui correndo para o guarda-roupa e me troquei o mais rápido que um ser humano poderia fazê-lo. Abri a porta como quem se vê livre da escravidão e logo fui surpreendida pela luz do Sol que incandescia através da janela do extenso corredor que cortava a minha casa ao meio.

Tentei parecer bem, mesmo que estivesse me sentindo mal como um carrasco. Quando cheguei à sala de jantar, lá estavam meus pais, sentados à mesa, tomando café, me dando bom-dia e perguntando se eu estava com fome. Dei-lhes um beijo em cada bochecha, disse que estava sem fome e sentei-me em frente aos dois. Eles já estavam no final de sua refeição então logo se levantaram, minha mãe foi para a cozinha lavar a louça e meu pai foi dar de presente mais uma seção de tratamento de beleza para o seu carro, carro esse que ele parece amar mais do que a mim e minha mãe.

Ainda surpresa por eles não terem desconfiado da noitada que tive na noite (ou deveria dizer mais cedo?!) anterior. Tomei um banho demorado, passei loção de corpo, perfume e vesti meu vestido vermelho, não, não tinha razão para comemorar, mas que se importa?

Sentei-me no sofá da sala e liguei a televisão, ‘meus pais devem ter saído’ – pensei. Logo fui surpreendida com o bater na porta, exatamente três vezes, nem duas, nem quatro. Abri a porta rapidamente e fui surpreendida com dois policiais simpáticos que perguntavam se podiam entrar. Fiquei assustada e com medo, afinal eu podia ter feito algo ruim no meio da bebedeira, e disse que podiam, é claro. Pediram-me para me sentar e disseram que tinham uma notícia péssima para me dar. Meu tom de pele, que de corado, ficou pálido imediatamente quando aquelas palavras se proferiram. Ainda tonta, me dirigi até o relógio da parede e vi que eram 7 da manhã.

“Sinto lhe informar, senhorita, mas seus pais foram encontrados mortos hoje de madrugada em um córrego próximo a uma festa de adolescentes. Parece-me que eles foram assaltados e depois mortos. Os bandidos não foram encontrados. Sinto muito pela sua perda.”

Deus. Espero que não voltem.

2 comentários:

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