-->

Bem vindo à Família

LPSA

readiscreepy.blogspot.com.br Onde Ler Pode Ser Assustador

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Quando Alguém Sabe Mais do que Deveria - PARTE 1


Finalmente, eu, Misa Mei, a novata que ninguém conhece direito ainda e que já chegou floodando com posts novos, estou postando aqui uma creepypasta 100% escrita por mim. A creepy é baseada em relatos reais de um médium (meu namorado. Pois é, parece que eu atraio esse tipo de gente.) Postarei em partes porque ela é relativamente longa e precisa de uns últimos retoques. Espero que gostem da minha forma de escrita. Escrevo há muito tempo e já recebi elogios que aumentaram minha confiança o suficiente para escrever em um blog como esse.

Eu tinha 12 anos quando descobri que podia ver e interagir com espíritos. Hoje tenho 17 e poderia dizer que já me acostumei, embora entrar em contato com o além nunca seja uma experiência agradável. As histórias de terror atiçam a imaginação das pessoas comuns, fazendo-as imaginar almas penadas como figuras assustadoras, cobertas de sangue, que aparecem na calada da noite apenas para literalmente te matar de medo.

Não é bem assim. Eles parecem ser apenas pessoas como as que já foram um dia, porém efêmeras e translúcidas. Praticamente não existem mais, tornaram-se apenas um reflexo, e isso os angustia. A maioria se recusa a aceitar sua morte, fingem que ainda estão vivos, que podem caminhar entre os vivos. Mas não é a mesma coisa. A pós-vida é como uma condenação.

Quando um fantasma percebe o que aconteceu com ele, tem duas escolhas: se conformar e partir para um plano superior, local que para mim aparece como apenas uma luz ofuscante, e ao mesmo tempo acolhedora, ou ficar eternamente vagando pelo nosso mundo. Minha falecida avó, que foi minha não muito agradável primeira experiência sobrenatural, era um dos espíritos que escolheram a segunda opção. Na verdade, ela não se contatou em partir. Sempre gostou muito de viver. Estava convencida de que poderia reverter a situação. E que seu adorado netinho médium seria a chave para conseguir isso.

Vovó Marília havia morrido há pouco tempo. Seu corpo frágil de 82 anos não resistiu aos efeitos de uma pneumonia. Eu era bem próximo dela e fiquei arrasado. Sentia sua falta todos os dias. Ás vezes ligava para conversar com ela, quando lembrava que ela jamais poderia atender o telefone novamente. 

Certa noite, a porta do meu quarto se abriu e minha avó passou por ela. Ela era a mesma de sempre, e tinha nos lábios o mesmo sorriso caloroso da foto que eu mantinha na minha cabeceira. Ela brilhava levemente, destacando-se no breu do quarto, e eu podia ver os contornos dos móveis através dela. Não me assustei porque na hora achei que estivesse sonhando. Não me assustei porque era a minha amada avó ali, e eu queria abraça-la, por mais estranha que fosse a situação.

Eu dormia no mesmo quarto que meus dois irmãozinhos, mas foi da minha cama que ela se aproximou primeiro. Se eu tivesse olhado para baixo, veria que ela não exatamente caminhava em minha direção. Seu espectro flutuava a alguns centímetros do chão. Talvez aí eu tivesse me assustado. Eu devia ter me assustado, eu devia ter saído correndo, talvez isso teria evitado o que aconteceu depois que deixei minha avó tocar em mim.

1 comentários:

ENVIE SUA MENSAGEM!