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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Caixões


Existe uma doença rara chamada catalepsia. Os pacientes que sofrem dessa doença costumam entrar em uma espécie de coma absolutamente idêntico à morte. Os sinais vitais, como a respiração e o a pulsação cardíaca, tornam-se praticamente imperceptíveis sem um exame sofisticado. A pele da pessoa fica amarelada, rígida e fria, como a de um cadáver. E, algumas vezes, essas pessoas são consideradas mortas e acabam em uma gaveta de necrotério ou até mesmo a sete palmos do chão, trancadas em caixões, no escuro, onde ninguém além dos vermes pode ouvir seus gritos. Geralmente, quando o falso defunto desperta de seu estado cataléptico, não há mais como escapar.


Antigamente, quando a medicina ainda não era tão avançada quanto hoje em dia, a catalepsia era confundida com alguma doença comum, como, por exemplo, a cólera. O doente em coma era considerado morto e enterrado no cemitério dos fundos de alguma igreja. Era comum o cadáver ser exumado muitos anos depois, e ser encontrado com a boca escancarada em um grito mudo, e as unhas dilaceradas de tanto arranhar a madeira do caixão.

Para evitar casos assim, foram designados tipos especiais de caixões, com uma espécie de "saída de emergência", caso o suposto falecido ainda estivesse vivo. Esses caixões eram construídos com buracos neles, ligados a um tubo de cobre com um sino na ponta, que ficava pendurado sobre a lápide. O tubo permitiria que a pessoa respirasse, para não morrer de asfixia em seu túmulo. E o sino possibilitaria que ela alertasse quem estivesse por perto, em um pedido desesperado de ajuda.

Pode parecer surreal, mas às vezes esse método funcionava. Uma vez, em uma cidade chamada Harold, o coveiro local estava trabalhando até mais tarde e, após ouvir um sino tocando em algum lugar do cemitério, foi até lá, esperando flagrar alguma criança fingindo ser um fantasma. Às vezes, podia ser apenas o vento. Dessa vez, não era nem um nem outro. Uma voz abafada podia ser ouvida, vinda do subterrâneo, e implorando para ser desenterrada.

- Você é Sarah O'Bannon? - O homem perguntou.

- Sim! - A voz quase inaudível respondeu.

- Você nasceu em 17 de setembro de 1827?

- Sim!

- A lápide diz que você morreu em 20 de fevereiro de 1857. - O coveiro soava meio desconfiado.

- Não, eu estou viva, foi um engano! Por favor, cave e me liberte!

- Eu lamento, senhora. - Disse o rapaz, enquanto pisava no sino e cobria a boca do tubo de cobre com terra. - Mas estamos em agosto. Seja qual for o tipo de criatura que esteja aí embaixo, com certeza não está mais viva, e não vai sair daí.

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