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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

The Darkness Is Coming.


O médico disse que a mamãe  tinha esquizofrenia grave e que ela precisava tomar a medicação três vezes por dia, todos os dias, ou ela começaria a delirar. Eu tinha que cuidar dela e de minha irmã agora, já que meu pai tinha simplesmente ido embora. O médico disse que poderia ter sido o que desencadeou a doença dela. Com o passar dos dias e meses, ela ficou pior, como a medicação não estava funcionando. Nós a levamos para ver vários psicólogos e médicos, mas todos eles deram alta para ela.

Ela sentou-se. Balançando para trás e para frente. Murmurando as mesmas palavras em voz baixa, de novo e de novo. "A escuridão está chegando, a escuridão está chegando." Ela arranhava os braços de forma contínua até sangrar como se houvesse algo cocando embaixo de sua pele. Tentamos  ajudar ela, mas toda vez que alguém passava perto dela, ela gritava de maneira que congelava nosso sangue e seus olhos giravam para a parte de trás de sua cabeça. Ela ficou tão ruim que tivemos de amarrá-la pelos pulsos e tornozelos na cama do sótão, para que ela não pudesse se mutilar mais do que ela já tinha mutilado. Ela mantinha os olhos focados em um canto da sala. "Você não pode ouvi-los? Eles estão chamando por mim, as vozes, ele está vindo. Trevas. Nada além de escuridão", ela gritava. Quase instantaneamente, ela começou a gritar novamente tentando se libertar dos laços que a mantinham no lugar, violentamente tentando rasga-las com os dentes. Você podia ver a frustração em seus olhos. Após três horas se contorcendo e sacudindo a cama, ela ficou em silêncio novamente.

Corri para o quarto da minha irmã para verificar se ela estava bem, afinal ela tinha apenas sete anos e era difícil de explicar o que estava acontecendo com a mamãe, sem assustá-la. Ela estava com uma bola feita de todos os travesseiros sobre sua cabeça, provavelmente tentando bloquear os gritos do sótão. Eu fiquei no final da cama e caminhei com meus dedos por seu braço e acariciei seus cabelos dourados. Ela saiu de debaixo dos travesseiros, "Ela já parou?" Eu balancei a cabeça e coloquei-a na cama enquanto beijava sua bochecha. Eu estava quebrado, mas voltei ao sótão para ter certeza de que a mãe ainda estava calma. Ela estava agitada então eu tranquei a porta e fui para a cama.

Eu achei difícil conseguir dormir, mas o médico havia me receitado comprimidos para dormir. Sentei-me na cama e tomei dois com um gole de água. Eles me derrubaram, graças a Deus, e eu caí já adormecido. Este sono, porém, foi logo quebrado como um som de arranhar estranho que me acordou. Poderia ter sido qualquer coisa, então ignorei e fechei os olhos. Quando eu estava prestes a voltar a dormir um grande estrondo fez-me saltar para fora da minha cama. Eu ouvi a minha irmã gritar e eu corri direto para a porta, mas ela bateu bem na minha cara! Não importa o quanto eu tentei abri-la ela simplesmente não se movia. O barulho era mais alto e tudo que eu conseguia pensar era em chegar à minha irmã e mantê-la segura. De alguma forma eu consegui abrir a porta e corri para o quarto da minha irmã. A porta do sótão estava pendurada  para fora de suas dobradiças e havia rastro de sangue todo o caminho até as escadas. 

A cor sumiu do meu rosto quando eu percebi para onde a trilha estava indo. Chutei a porta do quarto da minha irmã para encontrar minha mãe agachada em cima do corpo sem vida da minha irmã, a boca escorrendo com sangue vermelho escuro. Eu estava quase vomitando. Suas mãos preenchidas com a carne de minha irmã. Seu intestino revirado para fora do corpo de minha irmã. Minha mãe se virou para olhar para mim. Seus olhos estavam completamente negros, o mal habitava seu rosto. Ela jogou os pedaços de carne no chão e lentamente começou a fazer o seu caminho em direção a mim. Eu recuei para a porta, meu coração estava disparado. Ela me mostrou seu braço e sorriu maliciosamente. Eu olhei para o que ela estava me mostrando; ela disse: "A escuridão está dentro." Ela tinha esculpido essas palavras em sua própria pele com o que parecia ser um de seus próprios dentes. Olhei para fora e mais uma vez senti o vomito subindo por entre minha garganta,  mas consegui o engolir de volta.

Eu não podia acreditar. Essa não era minha mãe, era uma besta, um demônio. Eu corri para fora do quarto e desci as escadas. Ela me seguiu, correndo atrás de mim, me chamando, "Junte se a mim criança." Continuei correndo até que cheguei à cozinha. Peguei as facas. Todas as luzes se apagaram de repente e eu estava na escuridão total. Eu podia ouvir o meu próprio coração. Então eu vi. Sues brilhantes olhos no canto da sala, apenas ficou lá. Ela começou a mancar em minha direção. Eu respirei e enfiei a faca em linha reta em seu peito batendo. Ela gritou assim que eu puxei para fora e continue a esfaqueando, ela estava no chão. Ainda não estava morta. Derrubei uma bandeja de talheres. Choveu facas, garfos e colheres em seu rosto. Um dos garfos desembarcou em linha reta em sua cavidade ocular, eu o agarrei e comecei a torcê-lo ao redor e ao redor até que ela finalmente parou de gritar. Morta.

Eu congelei por um segundo e lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. O que eu fiz? Eu corri para fora da casa, minhas mãos e roupas cobertos com o sangue de minha mãe e irmã. Eu fui para o único lugar que eu poderia pensar que estaria a salvo de tudo. Igreja. Sentei-me junto ao altar, e eu senti uma mão quente no meu ombro. O padre sentou-se ao meu lado e acenou com a cabeça, como se soubesse de tudo. Ele me disse que a minha mãe não era uma esquizofrênica e que ela estava possuída por um demônio poderoso que tomou o controle de seu corpo. E que, se eu não tivesse o matado... Ele teria me matado.

Revisado por: Klayton Sá

1 comentários:

  1. Morri de medo. Parabens a quem escreveu, e continuem o bom trabalho. Abraços a todos. ^_^

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