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segunda-feira, 14 de março de 2016

O Outro Mundo - Um Lugar Diferente

[Fala galera, desculpe a demora. Estou um pouco apressado, então segue aí o segundo capítulo da série O Outro Mundo. Qualquer coisa comentem, ok?!]


- Olá?... Eeei, acorda. Acorda!

Adam lentamente abre seus olhos, sua visão ainda embaçada.

- Quem é você?

Ele se senta, ainda no chão. Esfrega os olhos e olha ao seu redor; Crianças. Um monte de crianças o cercavam, o olhando com olhos curiosos.

- Quem é você? - A garota torna a perguntar.

Adam olha para ela, uma garota de cabelo laranja e um lacinho esverdeado, olhos verdes e o rosto expressando curiosidade, intrigada.

- Adam... Adam Moore?
- Isso foi uma pergunta? - a garota respondeu rindo, e todas as outras crianças ao seu redor fizeram o mesmo.


Ela estende a mão e o ajuda a levantar.

- Vem, vamos brincar!

O garoto dá um passo e logo para. Sua atenção é toda voltada ao lugar onde está. Casas em formatos impossíveis e das mais variadas cores. Uma, duas, três rodas gigantes ao horizonte e mais uma, duas ou três montanhas russas. Havia brinquedos e doces para todos os lados. Uma infinidade de crianças brincando para todos os cantos, gritos e risos, balões, carrinhos, robôs e uma infinita variedade de outros brinquedos. 

- Porque você parou? Disse a garota. – Vai ficar só olhando ou vai se divertir com a gente?
- É, vamos brincar!disse um outro garoto. 

Adam está boquiaberto com o que vê e não pensa duas vezes. Ele passa o dia todo se divertindo com as crianças nos brinquedos. Quando chega a noite, cada criança escolhe um canto, um lugar e deita para dormir. Esse era seu primeiro dia neste local, ele não sabia onde poderia deitar para dormir. Sara, a garota ruiva, aparece e lhe pergunta se gostaria de dormir com ela. Adam, meio tímido, aceita o pedido e os dois caminham pelas ruas, passando por diversas crianças deitadas no chão, nos brinquedos, dormindo e muitas outras ainda acordadas. 

- Espera...o garoto para no meio da rua, olha para os lados com o rosto expressivo em dúvida. 
- O que foi? – Sara responde. – você quer mais um doce? 

- Não, não é isso... é que... onde estão os adultos? 
- Adultos? 

- Sim, os adultos. Meus pais, seus pais. Os pais de todo mundo. Onde eles estão? 
- Adam... você está bem? 

- O quê? Como assim? Eu estou ótimo. Porque a pergunta?
- Você está falando umas coisas bem engraçadas.

- Han? Como assim? O que eu disse de tão engraçado? 
- Ah, pare. Vamos logo, estamos quase chegando na minha casa.

Antes que o garoto pudesse dizer qualquer outra coisa, Sara pega em sua mão e o arrasta, correndo em direção a sua casa. Dentro de poucos minutos lá estavam eles.

- Wow... Essa é sua casa?
- Sim, minha e dos meus amigos!

Era uma imensa mansão. Muito maior do que a casa que seus pais haviam comprado. Muito mais bonita e chamativa. 

- Vamos entrar!disse a garota. 

Antes de passar pelo portão e se dirigir a porta de entrada da casa, algo chamou a atenção de Adam. 

Uma porta. Uma porta vermelha, no fim de um beco escuro, onde nenhuma outra criança estava. O único lugar onde não havia ninguém próximo, o único lugar que não havia brinquedos ou lojas de doces. O único lugar diferente de todo o resto. - Aquela porta... -

- Você vem ou não?!

Ela quebrou sua atenção e o garoto adentrou a casa. 

***

Na manhã seguinte Adam acorda com os berros e risos dos amigos e amigas de Sara. Ao lado da cama em que dormiu, sobre o criado mudo, estava seu café da manhã. Muitos doces, guloseimas, bolo de chocolate e um copo de refrigerante. 

Adam devora quase tudo e sai do quarto. As crianças já estão a brincar nos corredores, salas e quartos da casa. Penas voando para todos os lados enquanto algumas meninas se esbofeteavam com os travesseiros. 

Risos e gargalhadas por todos os cantos. 

Ele olha pela janela da sala e vê o horizonte. Os parques funcionando. As ruas cheias de crianças. 

Algo não está certoele pensa. 

- Hey, Adam! Vem jogar videogame com a gente!

E o garoto se vai.

***

Elliot passa pelo quarto onde sua mãe estava a arrumar a bagunça. 

- Mãe, o Adam está escondido aqui? 
- Não filho, seu irmão foi pra outro lugar. A mãe tá arrumando aqui, não atrapalhem, ok?

Ele então se vira e continua pelo corredor. Entra em um quarto, dá uma vasculhada, sai e vai para o próximo. Procura e nada. Ele sai deste e vai para o ultimo quarto.

- Aaaadaaaam, eu sei que você está aqui... Eu vou te achaaar... 

O Garoto estava certo de que seu irmão mais novo havia se escondido ali. Ele vasculha as tralhas e olha atrás das pilhas de caixas, mas seu irmão não estava lá. Então ele vê que o guarda roupa está mal posicionado. Ele nota que há um vão entre o móvel e a parede e se aproxima...

- Adam? – ele bisbilhota. Mas tudo o que há atrás daquele guarda roupa é um imenso buraco na parede. Ele estica o pescoço pra tentar ver melhor o que tem lá dentro mas isso não é o suficiente para que possa ver com clareza. 

O garoto arrasta o guarda-roupas e se enfia atrás dele, atravessando o buraco na parede e adentrando a pequena sala. 

Estava um pouco escuro. Mas claro o suficiente para que visse uma única porta azul e uma lanterna pendurada na maçaneta.

- Adam... Maninho, você está aí? 

Ele bate na porta levemente.

Toc, toc... No terceiro “toc” a porta se abre. A lanterna cai da maçaneta no chão e acende. 

- Irmão? 

Escuro demais para que pudesse ver algo. Elliot pega a lanterna do chão e, intrigado, adentra a escuridão. Há uma escada que leva para baixo. - provavelmente seja o porão - o garoto pensa enquanto desce devagar, cuidando para não pisar em falso e esforçando-se para ver o que havia lá embaixo. 

Ele finalmente chega. Ilumina o lugar com a fraca lanterna, mas ela não revela nada além de escuridão. 

- Adam... Já chega irmão. Eu sei que você tá aqui. 

Ele dá alguns passos para frente.

- Adam?...

O Silêncio persiste.

- Adam?... Irmão, não tem graça. Sai logo de onde quer que você est-

Ele perde a fala no mesmo instante que sua lanterna pisca e para de funcionar. 

- Merda!exclama o garoto enquanto bate a lanterna na mão e pressiona o botão com força, na esperança de que pudesse voltar a acender. 

E acende, revelando a ele o horror. 

Uma criatura deformada, nas características de uma criança humana, porém com sua pele acinzentada e brilhosa, como se emitisse algum tipo de luz fluorescente. Era como se a criatura tivesse a pele toda derretida, como se tivesse tomado banho em puro ácido corrosivo.

O garoto se assusta e dá uma pancada com a lanterna na cabeça da criatura e se vira para correr de volta por onde veio, mas ele já não pode ver o caminho devido à escuridão e começa a correr sem rumo. 

A medida em que vai correndo outras criaturas aparecem em seu caminho, o fazendo correr em ziguezagues. Desesperado, acaba tropeçando e vai ao chão. Ele tenta se levantar olhando para trás, vendo as criaturas andando em sua direção. O garoto salta e torna a correr, ao olhar novamente para frente para bruscamente, quase acertando mais uma dessas horríveis criaturas. Ele a observa...

A criatura parecia ser uma menina. Seu cabelo laranja todo esfiapado com um pedaço do que parecia ser um laço verde ainda pendurado nele. Seu rosto estava desfigurado, como se tivesse sido esmagado por algo, mas claramente podia-se enxergar o verde dos seus olhos. 

A criatura levanta lentamente seu braço esquerdo e aponta para o além, soltando um leve grunhido.

- Merda! Elliot se espanta com a monstruosidade a sua frente e corre para o lado contrário, e não para. Outras criaturas continuam a aparecer em seu caminho, algumas tentam agarrá-lo, mas elas eram lentas demais para isso e ele se esquivou de todas. 

O garoto se desespera. Ele está correndo para lugar nenhum. Sem um rumo, sem uma direção. Sem saber onde está indo. Ele está cansando. Mas felizmente as criaturas param de aparecer em seu caminho e o garoto para, vira-se para trás e olha. 

Todas as crianças pelas quais ele passou e muitas outras estavam lá, agrupadas em fila, uma a uma. E, num piscar de olhos, todas giram seu pequeno corpo e apontam para uma mesma direção. 

- Merda, merda, merda!O garoto se vira e torna a correr. 

Seu coração se enche de esperança ao ver, um pouco mais a frente, uma porta vermelha. Ele corre em direção a ela e a abre de supetão, fechando-a logo em seguida. 

Elliot dá um suspiro de alivio, mas que se vai em instantes. Ele se vira e é surpreendido por um enorme vulto negro e tudo se apaga. 

Continua...

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