Pequeno Favor
- Publicado por:
- Alan Cruz
[Olá pessoal.
Devido a alguns problemas, estou publicando através de minha conta um conto escrito pela Ana Paula, uma de nossos colaboradores. Gostaria de pedir forças a vocês para que ela possa estar voltando para nós o mais breve possível. Ela leva jeito para a coisa e, pessoalmente, gostaria de ver muito mais dela. Espero que pensem o mesmo e fiquem com mais um conto escrito por Ana Paula.
Atenciosamente,
Alan Douglas.]
PEQUENO FAVOR
Quando eu era criança, vivia me mudando com minha família, escola nova e novos amigos sempre era comum, em um certo ano minha mãe desenvolveu uma doença grave, da qual na época pouco se sabia. Passados alguns meses ela veio a falecer, e então passamos a viver eu e meu pai. As mudanças pararam.
Embora meu pai não mostrasse, a falta de minha mãe era algo que acabava com ele, passou a ficar cada vez mais no seu trabalho e eu sozinho em casa, trancado em meu quarto, no meu computador. Resolvi que devia tentar falar com minha mãe, dizem que podemos nos comunicar com mortos, então por que não? Afinal, mesmo morta ainda era minha mãe, virei a noite no computador procurando a melhor forma... e encontrei... o encanto dos mortos.
Sentei-me na sala , luzes apagas e velas acessas, entoando as palavras e observando o lugar. Nada acontece. Começo então as perguntas: ‘Mãe você está aí ?’, ‘Mãe, se estiver, fale comigo. Sentimos sua falta’, as velas se apagam... eu sinto algo próximo a mim.
Tomo coragem e repito ‘ Mãe você está aí?’, um suspiro e a voz chorosa no meu ouvido... ” Sim” . ‘ Tem alguma outra forma de estarmos sempre em contato, não quero perde-la novamente’, ” computador”...
Corro para meu quarto, o computador desligado, quando pego na tomada para ligá-lo a tela se liga sozinha, assustado observo a cena , as palavras começam a surgir na tela, sento para ler :
”Que saudade meu filho, como está o seu pai? Sinto tanta falta de vocês, dessa forma sempre estaremos em contato, mas não diga nada a seu pai, ele pode não entender. Para que eu possa continuar aqui, preciso de alguns favores... tudo bem? “
Apenas concordo com a cabeça e os olhos cheios de lágrimas, pergunto o que precisa e a resposta chega imediata:
” Preciso que pegue o livro, diga as palavras da página 6 e pegue um tigela, corte a palma da sua mão direita, repita as palavras, e diga em voz alta ”eu aceito que venha para o meu plano, eu aceito que use o meu ser ” assim eu poderei voltar e apenas você poderá me ver, filho, eu estarei do seu lado até a sua velhice.”
Fiz exatamente o que minha mãe me pediu, mas não vi ela, corri para o computador novamente, e havia apenas uma mensagem, ”Agora você é meu, assim como sua mãe, obrigada pelo favor. Com amor LCF .“
Não acredito no que estou lendo, o que eu fiz? Corro para o quarto de meu pai, mas ele não está lá, volto a meu quarto e ele me observa, sua sombra negra com cheiro de podre, vem ao meu encontro, posso ver seus olhos em chamas, ele quer me abraçar.
A última coisa que ouvi foram os gritos de meu pai ao chegar e me ver pendurado no teto, com a corda em meu pescoço, os olhos cheios de sangue e minhas tripas no chão do quarto. “Não chore papai, eu ainda posso estar com você, olhe o meu computador.”
Escrito por: Ana Paula
De: Ler Pode Ser Assustador
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