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segunda-feira, 29 de julho de 2013

PRESSÁGIO


Ela caminhava, caminhava pela rua escura, o tempo chuvoso, sua roupa molhada.

Ela estava a alguns metros a minha frente, nós dois molhados pela chuva, nós dois trabalhamos juntos, no mesmo lugar.

São 22:00h, ela se chama Camila e também é minha vizinha, mas nunca me deu importância.

Meu celular toca, movendo o meu olhar que estava fixado nela para o aparelho em minhas mãos.

“A tim informa, você tem até o dia 06/06 para efetuar uma recarga ou sua linha será cortada”, é o que dizia a mensagem.

Voltei meu olhar para a moça, espera, aonde ela foi?


Ela não estava mais a minha frente, nem para lado nenhum que eu olhava, faltavam 3 quarteirões para sua casa e ela estava a menos de 15 metros de mim. Para onde ela foi?

Parei, a chuva caindo em meu rosto, enxuguei os olhos para ver melhor. 

De repente, toda a luz que clareava a rua se vai, fico totalmente na escuridão. Rapidamente aperto uma tecla de meu celular fazendo seu visor acender, o direciono para o chão e continuo a andar.

- Sorte minha ser aprova d’agua, ou dificultaria minha chegada até em casa.

Ploft!

Ouço o barulho de algo grande caindo no chão perto de mim. Viro me para os lados apontando a luz do celular para tentar ver o que originou esse barulho.

Meu olhos se arregalaram, meu coração disparou... Era ela, caída no chão. Em três passos eu já estava sobre ela, me agachei e fui tentar socorre-la. Seu rosto estava todo ferido, é como se a pancada fosse resultante de uma queda altíssima, mas não havia como, ela não poderia ter subido no prédio a nossa frente e saltado de lá.

Ela ainda agonizava em dor em meus braços.

- Calma, calma, você vai ficar bem! Peguei meu celular, disquei para emergência. Tudo o que eu conseguia ouvir era estática. Tentei novamente, não funcionou.

Olhei novamente para o rosto dela, o que era bonito antes, agora estava com um corte enorme e vertendo sangue, seus olhos fixos em mim, sua expressão de pânico. Ela não conseguia se mexer direito, muito menos falar, apenas grunhia. Seus olhos fixos em mim... Não, eles não estavam olhando para mim, gelei, virei minha cabeça para trás, havia um vulto de sobretudo preto, olhos vermelhos e o que pareciam ser asas, asas negras com com enormes esporas ponte-agudas, seus braços eram incrivelmente extensos, suas mão com garras afiadissimas.

E, com uma velocidade incrível, veio para cima de mim, me agarrou pelo pescoço com uma de suas mãos e, antes que eu percebesse, estávamos no céu, bem lá no alto.

Ele me posicionou com seu braço, minha face frente a sua, eu só podia ver seus olhos vermelhos e macabros. De repente, ele começa a falar, seus dentes afiados e brancos me dizendo:

- Jhony, Jhony, já está tarde... Até que horas pretende... Jhony, acorde!

Com isso abri meus olhos, minha visão ensebada. Olhei para o lado e vi Camila.

- Jhony, já esta tarde, não vai para casa? - dito isso ela se virou e saiu da sala.

Peguei meu casaco, meu celular, eram 21:45h, virei e também saí.

Chegando a porta de entrada do trabalho percebi que estava chovendo, eu pude ver Camila a alguns metros a frente, saí do prédio e dei uma olhada para o céu, a chuva já caindo em meu rosto. Vi alguma coisa passar numa velocidade incrível entre os prédios, continuei andando e olhando para Camila. 

Ela é tão linda... 

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